Falando à margem da assinatura do contrato entre a AICEP Global Parques e a Repsol, que prevê a expansão do atual complexo industrial da petrolífera espanhola em Sines, em mais 51 hectares, e a reserva de direito de superfície de mais 23 hectares na zona industrial e logística, o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, considerou este investimento “absolutamente estratégico” para a economia nacional, salientando o reflexo direto que terá na balança comercial, “em cerca de 800 milhões de euros”, pelo aumento das exportações e pela diminuição das importações, assumindo ainda um papel decisivo na “modernização da industria petroquímica e na criação de novos postos de trabalho qualificados”.
De acordo com Eurico Brilhante Dias, que estava acompanhado pelo secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba, com a assinatura deste contrato outras iniciativas e outros projetos com carácter diferente têm agora novas hipóteses para poderem também avançar, em particular, como assinalou, “na zona de reserva” e virados para “a economia circular”, projetos que poderão ter características mais concentradas, designadamente, na “produção de polímero reciclável e de soluções de último destino de resíduos sólidos urbanos”.
Projetos e soluções que, na opinião do governante, podem evitar que se continue a atirar para aterro “uma parte substancial do nosso lixo”, permitindo, pelo contrário, que se proceda à sua reutilização, nomeadamente na “produção de gases e de energia”.
Estratégia de descarbonização
A empresa espanhola tinha já tornado público, em comunicado, que os cerca de 38 hectares vão ser destinados à expansão do seu complexo industrial, juntando-se aos 143 hectares que a empresa já ocupa neste concelho do litoral alentejano, garantindo a Repsol que ficam reservados 23 hectares “para futuros desenvolvimentos alinhados com a estratégia de descarbonização e transição energética”.
O aumento da área ocupada pela empresa destina-se a concretizar o contrato de investimento de 657 milhões de euros celebrado em 13 de outubro, numa sessão presidida pelo primeiro-ministro, António Costa, com o Estado português a responder com incentivos fiscais na ordem dos 63 milhões de euros.
Um projeto que contempla a construção de duas novas fábricas, uma de polipropileno e outra de polietileno linear, que estarão em plena laboração em 2025, criando 75 empregos diretos e 300 indiretos, que António Costa classificou como de Potencial Interesse Nacional (PIN), apontando-o mesmo como o “maior investimento industrial da última década” feito em Portugal.