Inovação pedagógica ao serviço do combate ao insucesso escolar
Mudar práticas pedagógicas e envolver a comunidade, são os princípios que norteiam o programa, que assenta na criação de grupos interativos dentro da sala de aula, explorando as diferentes capacidades de aprendizagem dos alunos com o intuito de fomentar a entreajuda, integrando ainda a realização de tertúlias sobre obras clássicas, a participação da comunidade, mesmo dentro da sala de aula, a formação de professores e familiares dos alunos e um modelo de prevenção e de resolução de conflitos.
“Podemos encontrar formas de inovação para mitigar o insucesso escolar, e é o que temos neste projeto”, referiu Tiago Brandão Rodrigues.
Na sua intervenção, o ministro da Educação lembrou que, apesar das melhorias que se têm alcançado, ainda chumbam ou reprovam anualmente cerca de 50 mil alunos no ensino básico e mais 50 mil no ensino secundário, justificando-se a necessidade de desenvolver um programa com estas características, implementando abordagens educativas distintas.
O Includ-Ed, que é financiado pelo Programa de Apoio às Reformas Estruturais da Comissão Europeia e coordenado pela equipa CREA da Universidade de Barcelona, começou a ser experimentado há dois anos em 10 agrupamentos de escolas do país, tendo-se observado melhorias no aproveitamento escolar e redução das taxas de abandono e de insucesso.
No presente ano letivo, é alargado a mais 50 agrupamentos de Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP), onde a maioria dos alunos vem de famílias de baixos rendimentos e escolaridade e há maior dificuldade em combater o abandono e a reprodução das desigualdades por parte da escola.
Refira-se que, em meados da década de 2000, a taxa de abandono escolar cifrava-se num valor próximo dos 40%, que Tiago Brandão Rodrigues atribuiu à existência de “um sistema educativo que não respondia a todos os que frequentam a escolaridade obrigatória”, registando uma evolução muito significativa ao longo dos últimos anos. No ano letivo de 2018/2019, o abandono escolar tinha já descido para os 10,8%, o valor mais baixo de sempre, sendo objetivo assumido pelo Governo atingir os 10% em 2020.