Alexandra Leitão explicou, depois de o Governo ter anunciado que incluiu 60 propostas de outros partidos no seu programa, que esta inclusão “foi algo que foi feito unilateralmente e muito longe de qualquer tipo de diálogo”.
“No fundo, foram escolhidas pelo próprio Governo as medidas que quiseram incluir, sem grande critério, sem atender à priorização que os próprios partidos tinham feito de cada medida”, garantiu, em declarações à comunicação social, depois de ter sido eleita presidente da bancada do PS com 90% dos votos.
“Não houve nenhum contacto”, assegurou a líder parlamentar do PS, avisando que não se pode chamar “a isso diálogo, porque diálogo implicava conversar, discutir, e nada disso foi feito”.
Em seguida, Alexandra Leitão alertou para um “conjunto de sinais preocupantes” no programa de Governo, como a “referência ao revisitar a Agenda do Trabalho Digno, várias medidas ao nível do desvio de meios do Serviço Nacional de Saúde para privados, ao nível da administração pública e de medidas que eram consensuais em todos os programas dos partidos e que eram consideradas urgentes”.
PS vai abster-se nas moções de rejeição
Alexandra Leitão revelou depois que a bancada do Partido Socialista vai abster-se nas moções de rejeição ao programa de Governo apresentadas pelo PCP e pelo Bloco de Esquerda: “O Partido Socialista, através do seu Secretário-Geral, já tinha dito que, nesta primeira fase, não iria bloquear o início de funções do Governo e, portanto, irá viabilizar o programa de Governo abstendo-se nas moções de rejeição”.
Sublinhando que “viabilizar a entrada em funções do Governo não significa que depois tenha de se viabilizar tudo”, a presidente do Grupo Parlamentar esclareceu que o PS vai viabilizar “um momento inicial para que se possa começar a trabalhar, mas é apenas isso”.