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“Hoje ninguém discute os méritos desta solução de Governo”

“Hoje ninguém discute os méritos desta solução de Governo”

O presidente da Câmara de Lisboa e dirigente do PS, Fernando Medina, afirmou ontem que, ao fim de dois anos de governação socialista, o país “vive agora esperança e otimismo, discutindo estratégias” de futuro.
“Hoje ninguém discute os méritos desta solução de Governo”

“Hoje ninguém discute os méritos desta solução Governo. Valeu a pena ousar e ter feito diferente, parabéns António Costa pela coragem”, declarou o autarca socialista, falando no jantar/comício com que o PS assinalou os dois anos de Governo, no pavilhão do Casal Vistoso, em Lisboa.

“Esta solução política tem resultados para mostrar”, sustentou Fernando Medina, na sua intervenção. “Todos os receios foram ultrapassados e todas as metas económico-financeiras foram cumpridas. Reduziu a dívida e o défice, e a economia está mais sólida, havendo mais justiça para todos”, concretizou.

São estes resultados muito positivos para o país, que, na opinião de Medina, explicam o desespero e a agressividade que tem sido patente nos partidos da direita.

“O mais difícil é o que não foi feito e a direita entrou no desespero de quem viu ruir as suas esperanças” de um rápido regresso ao poder, advogou o dirigente e autarca socialista.

Fernando Medina antevê, por isso, que na segunda metade da legislatura PSD e CDS vão procurar atingir o PS e o Governo apostando cada vez mais numa política de “casos e casinhos”, com “um crescendo de agressividade pessoal contra os ministros”.

“É isso que vamos assistir. Vamos ter uma luta mais agressiva”, advertiu o autarca de Lisboa, na intervenção que antecedeu o discurso do Secretário-geral, António Costa.

Viragem no país desmontou narrativa dos“arautos da direita”

Nas primeiras intervenções do encontro socialista, o líder concelhio do PS/Lisboa, Duarte Cordeiro, deixou uma forte crítica aos “arautos da direita, que diziam que este Governo não resistiria ao primeiro Orçamento”.

“Já vamos no terceiro Orçamento, sem qualquer retificativo. O Governo superou todos os obstáculos, saímos do Procedimento por Défice Excessivo, o desemprego baixou progressivamente, acabaram os cortes aos trabalhadores e pensionistas e a União Europeia elogia com Portugal a registar o défice mais baixo da história democrática”, assinalou o também vice-presidente da Câmara de Lisboa, no dia em que o Orçamento do Estado para 2018 conheceu a aprovação pela maioria parlamentar, na Assembleia da República.

Antes, o presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS, Marcos Perestrello, considerou ser inquestionável que a liderança de António Costa no novo ciclo de governação reúne grande apoio no país, criticando a incapacidade do principal partido da oposição para participar construtivamente no diálogo democrático.

“Estes dois anos de Governo marcaram uma viragem no país. Governámos com equilíbrio. Somos o único partido com capacidade de diálogo com todas as forças políticas democráticas. Foi esse o legado que Mário Soares nos deixou”, sublinhou, manifestando o desejo de que uma nova liderança do PSD possa trazer uma prática diferente.

No entanto, como assinalou, os sinais que têm sido dados pela disputa interna naquele partido não sejam auspiciosos, lamentando que “o debate entre os dois candidatos seja quase somente administrativo, quase clandestino e, como tal, não augure nada de bom”.

No encontro foi ainda lida uma mensagem do presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, Manuel Machado, que destacou a necessidade de “uma agenda reformista” contra o centralismo e pela descentralização do funcionamento do Estado.

“É possível vencer estes desafios com boas contas e com autonomia”, acrescentou o socialista, também presidente da Câmara Municipal de Coimbra.