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História das Declarações de Princípios do Partido Socialista

História das Declarações de Princípios do Partido Socialista

A sede nacional do PS, em Lisboa, acolheu na quarta-feira a apresentação do livro “História das Declarações de Princípios do Partido Socialista”, da autoria de Porfírio Silva, que serviu de espaço de reflexão sobre os desafios que se colocam hoje face aos cerca de 23 anos passados sobre a última redação do texto programático e político essencial do partido.

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A apresentação da obra esteve, principalmente, a cargo de Eduardo Ferro Rodrigues, Secretário-Geral do PS aquando da última revisão do documento, em 2002, e de José Pedro Castanheira, jornalista com obras de relevo sobre a história das últimas décadas em Portugal, contando também com a presença de António Baptista Lopes, da editora Âncora.

Considerando a obra como um “contributo importante para a história do PS e para a história do país”, Ferro Rodrigues salientou a necessidade de o partido se debruçar sobre uma atualização da sua Declaração de Princípios, evitando as duas lógicas antagónicas “de conservadorismo ou de refundação”, de modo a refletir as mudanças que aconteceram nas últimas duas décadas, em Portugal e no mundo.

O antigo Secretário-Geral do PS elencou, nomeadamente, as questões da justiça e da sua relação com o sistema político, o populismo e as ameaças à democracia, as questões da saúde e da habitação, o tema da imigração e do seu impacto social e político, a que se juntam, no plano global, as ameaças à paz e sobre as alterações climáticas, ou os desafios trazidos pela inteligência artificial e a robótica.

Advertindo que o socialismo democrático e a social-democracia estão hoje em crise, sob ataque de uma “extrema-direita fascizante” e que “perdeu a vergonha”, Ferro Rodrigues vincou ainda que os “valores essenciais do PS, a liberdade, a igualdade, a fraternidade, que se devem traduzir em propostas mais concretas, não podem nem devem ser postos em causa” e “devem ser defendidos”.

“E é desejável aproveitar um processo de revisão, de mudança ou de atualização da Declaração de Princípios para mobilizar mais pessoas à volta do PS”, advogou.

Numa sessão muito participada, Porfírio Silva partilhou alguns dos desafios que se colocam no debate contemporâneo dos princípios políticos fundamentais do partido, como a ameaça do populismo e a predominância de um “liberalismo economicista radical” que estabelece o egoísmo e o individualismo como “virtudes”.

“São desafios que vale a pena discutir”, preconizou, advertindo que a discussão ideológica não deve cingir-se ao campo estritamente filosófico, mas indo ao encontro das questões que dizem respeito à vida concreta das pessoas, como “a melhoria das condições de vida, a melhoria dos salários, dos empregos, dos serviços públicos”, concretizou.

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