O primeiro-ministro foi esta manhã a Sintra, ao auditório do Centro Cultural Olga Cadaval, participar em mais um encontro de trabalho com empresários nacionais, iniciativa no âmbito da preparação da presença portuguesa, já no próximo domingo, na feira de Hannover.
Numa sessão em que marcaram também presença o ministro da Economia, António Costa Silva, e o autarca de Sintra, Basílio Horta, António Costa voltou a defender que Portugal, “pela sua localização geográfica e pela segurança que oferece”, reúne “condições únicas para poder ser uma grande plataforma na reindustrialização da Europa e uma aposta nas qualificações e na transição climática”.
Tema também forte neste encontro foram os fundos comunitários, reafirmando António Costa que as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e do programa Portugal 2030 reservam para os próximos sete anos “11 mil milhões de euros exclusivamente para o apoio ao investimento empresarial”, ou seja, como salientou, “90% mais do que a última geração de fundos comunitários disponibilizou às empresas”, e quase o “dobro do que vamos ter nos próximos sete anos, comparativamente ao que tivemos nos últimos sete anos”.
Trata-se, pois, como assinalou, de uma “oportunidade extraordinária”, que ocorre também ela “num momento extraordinário”, em que a Europa decidiu investir seriamente na sua indústria, assumindo António Costa que Portugal não deve perder esta ocasião ímpar de se imiscuir no esforço de reindustrialização da Europa, lembrando o papel único, também “pela sua localização geográfica”, que o país pode desempenhar em toda esta estratégia.
De acordo com o chefe do Governo, há muito que Portugal deixou de ser visto como um país periférico, algo que para António Costa sempre foi uma visão redutora, insistindo na tese de que Portugal não deve ser avaliado, nem medido “em relação ao centro da Europa”, mas antes em função de ser um país europeu com a prerrogativa de uma localização geográfica que lhe permite desempenhar a função de interface da Europa com o resto do mundo. Um papel que, como frisou, “foi, aliás, sempre o nosso”, mas também por ser o “quarto país mais seguro do mundo e o terceiro mais seguro a nível da União Europeia”.
Neste diálogo com os empresários, António Costa voltou a referir que a localização geográfica de Portugal situa o país na “distância mais curta entre o continente americano e o continente europeu e deste com o continente africano”, uma localização que lhe permite, entre outas iniciativas, ter sido o escolhido para a amarração em Sines do novo cabo de alta definição entre a América do Sul e a Europa, ou da ligação, também por cabo submarino, entre Setúbal e a África do Sul, ou ainda da ligação do “novo cabo de ligação ao norte de África e ao Médio Oriente”.
Transição climática
O líder socialista teve ainda ocasião para se referir às questões da transição climática, lembrando a propósito que a Comissão Europeia já declarou Portugal como o país que “está em melhores condições” na Europa para “alcançar até 2050 a neutralidade carbónica”, aludindo ainda, na sua mensagem aos empresários, aos “passos fundamentais e muito positivos” que o país tem vindo a dar quer no aumento da sua “capacidade de inovação, quer na qualificação dos seus recursos humanos”, elogiando o sistema científico e tecnológico e a “capacidade das empresas em serem cada vez mais inovadoras”.
Após a sua intervenção, António Costa ouviu as preocupações e as sugestões de 10 empresários que vão participar na feira de Hannover, iniciativa que o primeiro-ministro vai inaugurar naquela cidade germânica, já no próximo domingo, em conjunto com o homólogo alemão, Olaf Scholz, voltando a garantir que este certame reúne todas as condições para poder “alavancar o tecido empresarial português”.