“Há todas as condições de bom diálogo para que haja estabilidade”
António Costa falava aos jornalistas no Palácio de Belém, em Lisboa, após ter apresentado ao Presidente da República a composição integral do XXII Governo Constitucional, referindo que a “estabilidade política se constrói de diversas maneiras” e que também o chefe de Estado partilhou do entendimento de que “essa condição [a existência de acordos escritos] não era necessária”.
“O mais importante, como sempre disse, não é a forma. Acho que é importante que haja a continuidade do diálogo”, acrescentou, alicerçando a sua posição de confiança nos contactos já mantidos com as diferentes forças partidárias.
“Tenho a expectativa, aliás, dos contactos que pude manter não só com o Bloco de Esquerda, mas também com o PCP, com o Partido Ecologista ‘Os Verdes’, também com o Livre, também com o PAN, de que há todas as condições de bom diálogo político ao longo desta legislatura, que contribuirão, seguramente, para que haja estabilidade política ao longo destes quatro anos”, completou.
No entender do líder socialista, a anterior legislatura “pôs fim a um conceito anacrónico do arco da governação” e “derrubou um muro que também era anacrónico no relacionamento político à esquerda”, uma transformação no exercício da democracia parlamentar em Portugal que, segundo António Costa, faz com que seja possível afirmar que “nada voltará a ser como dantes”.
“A ideia de que há dois partidos parlamentares que estão excluídos do diálogo no que diz respeito à ação governativa, que há partidos com quem há uma incomunicabilidade no conjunto da esquerda portuguesa, isso ficou definitivamente enterrado no passado”, considerou.
António Costa sublinhou ainda que a vontade dos portugueses “é que haja quatro anos de estabilidade” e que esse é também “um fator de distinção de Portugal” no plano internacional, reiterando a confiança de que essa vontade seja correspondida no plano do diálogo político.