Há folga no Orçamento para salvar um subsídio ou pensão

Há margem no Orçamento de Estado para 2012 para poupar o corte de um dos subsídios de férias ou de natal aos funcionários públicos e pensionistas, sendo a rubrica das cativações uma delas, defendeu, peremptório, o secretário-geral do PS, hoje, na Assembleia da República, no início do debate na generalidade da proposta do Governo.

Segundo António José Seguro, nem o primeiro-ministro escapou à dificuldade de explicar porque está essa verba inscrita para efeitos de cálculo do défice, lembrando que há outras nos consumos intermédios, nas despesas com pessoas ou nos juros.

Todavia, Seguro manifestou satisfação pelo facto de Pedro Passos Coelho ter reiterado, na abertura do debate, que o Executivo PSD/CDS-PP está disponível para um diálogo construtivo com os partidos da oposição e “aberto a todas as ideias e propostas que aperfeiçoem a lei do orçamento, desde que se respeitem os condicionalismos que o enquadram”.

“Vamos com calma, porque este não é um jogo para ver quem perde ou ganha”, apontou o líder socialista, lembrando que em matéria de cedências “o Governo tem a faca e o queijo na mão, porque tem a maioria no Parlamento”.

“Espero que o Governo seja sensível e perceba que, se não se devolver esse salário e essa pensão aos portugueses, se cometerá uma grave injustiça e se retirarão mil milhões de euros da nossa economia”, alertou o secretário-geral socialista, adiantando que o GP/PS irá apresentar algumas propostas de alteração na especialidade, sendo uma delas a manutenção da taxa de 13% aplicada ao IVA da restauração.