O também Secretário-geral adjunto do PS assinalou, durante o encerramento do debate da moção de censura ao executivo de António Costa, que “o campeonato pela liderança da direita está ao rubro, entre o proponente da moção de censura e o seu partido criador, hoje com uma nova liderança saída dos piores arquivos das últimas décadas”, numa referência a Luís Montenegro.
“Mas que não haja ilusões: PSD e Chega poderão não se encontrar hoje no mesmo sentido de voto, mas a discussão entre ambos, infelizmente, mais se assemelha a uma briga de família”, apontou o dirigente socialista, que reiterou que o que motiva o “ato irresponsável” do Chega “é uma manobra de diversão – o ‘bota-abaixismo’, a tática mesquinha, a baixa política”.
João Torres fez em seguida o exercício de imaginar o que a direita teria a oferecer ao país caso a moção de censura fosse aprovada: “O radicalismo da extrema-direita? O permanente estado de marketing da Iniciativa Liberal? Ou o ‘déjà vu’ da nova liderança do PSD?”. “Seria impossível confiar nestas oposições, investidas do espírito do ‘quanto pior, melhor’ quando há tanto a fazer para melhorar a vida dos portugueses”, referiu.
Ora, o Partido Socialista vai “continuar a responder aos anseios e às ambições dos portugueses, com ação no combate a esta crise inflacionista importada, na defesa do interesse público e afirmando o Estado como um porto de abrigo, nos bons e nos maus momentos”, garantiu o vice-presidente da bancada do PS, que assegurou que será valorizado o Estado social, “condição fundamental para a liberdade e igualdade em que acreditamos, em particular na saúde”.
O PS continuará a trabalhar “na transformação da nossa economia, com mais empregos e melhores salários, menos precariedade, competitividade e liderança na transição digital e na transição verde”, e ainda “no combate às desigualdades, porque a solidariedade, a coesão e a justiça social não são, para nós, negociáveis”, acrescentou.
Para João Torres, “este é um Governo transformador, é um Governo que respondeu, responde e continuará a responder aos problemas do país, um Governo reformista porque é esse o mandato que recebeu dos portugueses nas últimas eleições legislativas”.
O vice-presidente da bancada do PS considerou em seguida que a moção de censura “não passa de um teste ao maior partido da oposição, recém-saído do seu Congresso, partido esse ávido para exibir uma nova temporada de ‘Conta-me como foi’ – mas em mau – como se os portugueses não tivessem memória do Governo que os empobreceu, empurrou para a emigração e quis cortar as pensões em pagamento”.
Com alguma ironia, o socialista disse que se “anunciam episódios de cosmética, mas, dos mais jovens aos mais idosos, todos se lembram do que fizeram no Governo passado”.
No final da sua intervenção, João Torres revelou a única “virtude” da moção de censura: “Recordar o povo português de que é com o PS que podemos continuar a avançar”.