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GPPS quer dar honras de Panteão Nacional ao “escritor apreciado em todas as geografias do mundo” Eça de Queiroz

GPPS quer dar honras de Panteão Nacional ao “escritor apreciado em todas as geografias do mundo” Eça de Queiroz

O vice-presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista José Luís Carneiro apresentou hoje, no Parlamento, o projeto de resolução do PS que visa conceder honras de Panteão Nacional a José Maria Eça de Queiroz, “um dos maiores vultos da literatura” nacional, e assinalou a abertura mostrada por todos os partidos com representação parlamentar nesta matéria.

Lembrando que “as honras de Panteão Nacional destinam-se a homenagear e a perpetuar a memória dos cidadãos portugueses que, entre outros feitos patrióticos, se tenham distinguido, nomeadamente, na expansão da cultura portuguesa, na criação literária e em prol da dignificação da pessoa humana”, o também secretário-geral adjunto do PS assegurou que “Eça de Queiroz é superiormente singular e um dos maiores vultos da literatura e da cultura nacional”.

 “Trata-se mesmo de um escritor que é apreciado em todas as geografias do mundo”, frisou o dirigente socialista, que recordou que, no ano de 2016, a Universidade de Havana, em Cuba, criou a Cátedra Eça de Queiroz.

Já na função diplomática, Eça de Queiroz “defendeu com superior inteligência e com coragem a dignificação do ser humano”, asseverou José Luís Carneiro, que lembrou quando o escritor “partiu para Havana, por missão que lhe foi dada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros Andrade Corvo”, onde “protegeu as minorias que, vindas da China, com escala em Macau, eram objeto de exploração na produção da cana do açúcar”.

Para o vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS, “essa proteção às minorias interpela-nos hoje que estamos com a presidência da União Europeia e em que a Carta dos Direitos Sociais Fundamentais pretende ser atualizada”. “Lembrar essa mensagem humanista é lembrar que a igual dignidade de todo o ser humano deve ser sempre defendida”, confirmou.

José Luís Carneiro afirmou depois que a decisão do Parlamento “constituirá um agradecimento à sua família que, em boa hora, decidiu legar o seu património material e imaterial à fundação com o seu nome, sediada em Santa Cruz do Douro, concelho de Baião”.

As honras de Panteão Nacional a Eça de Queiroz são também um “reconhecimento ao esforço abnegado de muitos que merecem”, como o “apoio das autarquias de Baião, Amarante, Cinfães, Resende, Porto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Póvoa de Varzim, Coimbra, Aveiro, Lisboa, Sintra e Évora”, e ainda “aos que, tantos, no Ministério da Cultura e noutras áreas, nos diferentes governos, desde Teresa Patrício Gouveia, Santana Lopes, Nunes Liberato e Isabel Pires de Lima, compreenderam a importância deste projeto cultural”.

Para além do Instituto Camões e dos mecenas, o socialista agradeceu também “aos deputados de todos os partidos”: “Estaremos todos de acordo com os fundamentos literários e culturais expressos no projeto de resolução. Todos reconhecemos em Eça o brilho de um espírito livre, culto, humanista arguto que, com uma escrita de palavras límpidas, de conteúdo fino e de superior ironia, mostrou as contradições da vida em sociedade e fez luz sobre a tensão entre os mundos da paixão e os mundos da razão”.

“Depois da abertura mostrada por todos os Grupos Parlamentares para que se avançasse com esta iniciativa, é o momento para mostrarmos o nosso apreço por Eça de Queiroz”, concluiu José Luís Carneiro, que apelou a que todos aprendam com o “idealismo” do “cosmopolita Jacinto” e façam com o “realismo” do “rural Zé Fernandes” – personagens da obra ‘A Cidade e as Serras’ – as mudanças que se impõem fazer: “Primeiro, nas atitudes e nos comportamentos; depois, nas obras que servem as pessoas com valores humanistas”.