A conferência ‘Saúde familiar: Uma equipa a trabalhar em condições otimizadas para todos os residentes em Portugal’ insere-se num ciclo de debates, iniciado em fevereiro, sobre temas estruturais na área da saúde, fundamentais para um melhor funcionamento do Serviço Nacional de Saúde.
A vice-presidente da bancada do PS Berta Nunes explicou, em declarações à comunicação social, que os socialistas têm “vindo a fazer várias reflexões sobre o sistema nacional de saúde e o Serviço Nacional de Saúde, em particular”, tendo começado com um debate sobre o modelo das unidades locais de saúde.
Esta tarde vai-se discutir como as unidades de saúde familiar (USF) “tipo B podem dar um médico de família a todos os residentes em Portugal”, disse.
Na abertura do debate intervirá, para além do presidente do Grupo Parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, o antigo ministro da Saúde António Correia de Campos, “porque foi ele que criou a unidade de missão para fazer esta reforma nos cuidados de saúde primários”, explicou a socialista.
“Trata-se realmente de uma forma que foi inclusivamente modelo para vários debates noutros países, na altura, e agora pensamos ser o momento de repensar esta reforma e avançar mais no sentido de generalizar, eventualmente, as USF tipo B a todo o país, dar a oportunidade a todos os profissionais dos cuidados primários de poderem estar neste tipo de organização”, sublinhou.
A deputada do PS mencionou que “está provado por vários estudos que as USF tipo B são um modelo que não só garante a satisfação dos utentes e o acesso dos utentes aos cuidados primários de saúde, como garante também a satisfação dos profissionais”.
Este ano já passaram “de mais de duas dezenas de USF de A para B”, indicou Berta Nunes, que defendeu a necessidade de se avaliar uma eventual atualização de indicadores, “porque só cuidados primários que sejam acessíveis e que deem uma resposta de qualidade podem resolver os outros problemas a montante, nomeadamente o problema das urgências e do excesso de ida às urgências dos utentes”.
Sobre a necessidade de atribuir médico de família a mais portugueses, Berta Nunes disse que não se pode “baixar os braços” e assegurou que esse objetivo “deve continuar a ser prioridade”.
Esta é uma situação que afeta maioritariamente a região da capital e o sul do país, o que acontece também com os problemas nas urgências, constituindo episódios pontuais e não “uma situação generalizada”.
Aqui, a vice-presidente da bancada do PS salientou as medidas que têm sido adotadas pelo Governo, como “aumentar o número de internos em formação em cuidados primários” e “abrir todas as vagas de cuidados primários que existem”.
O encerramento da conferência será feito pela vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS Maria Antónia Almeida Santos e pelo ministro da Saúde, Manuel Pizarro.