Governo vive numa realidade paralela, longe dos portugueses
O Partido Socialista considerou hoje que o Governo “perdeu mais uma oportunidade de ajustar o memorando à realidade”, acusando o executivo de viver numa “realidade paralela”.
Numa declaração após a conferência de imprensa em que o ministro das Finanças anunciou que a 'troika' deu nota positiva a Portugal na sexta avaliação do programa de ajustamento, o secretario nacional Eurico Brilhante Dias disse que o Governo continua a adotar uma política de mais austeridade, insistindo “num falhanço colossal”.
“Se o Governo apresenta cortes, cortes, cortes, o PS apresenta um pacote de medidas urgentes para estímulo do crescimento e do emprego e dará, na discussão do Orçamento do Estado para 2013, a oportunidade ao Governo de as aprovar”, afirmou Eurico Brilhante Dias.
O dirigente nacional do PS referiu ainda que “tudo o que diz respeito a estímulo à economia, ao crescimento e ao emprego é introduzido no léxico do Governo sem prazo e sem calendário de execução”.
Brilhante Dias disse ainda que o PS vai “dar ao Governo uma boa oportunidade de implementar um conjunto de propostas orientadas para o crescimento e o emprego” aquando da discussão da proposta de lei do Orçamento para 2013.
Para o PS, o discurso do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, introduziu “uma novidade”, ao referir que o “pacote adicional de austeridade de 4.000 milhões de euros terá também aplicação em 2013”.
“Ainda o Orçamento do Estado para 2013 está a ser discutido na Assembleia da República e os portugueses ficam hoje a saber que o Governo fará cortes em montantes adicionais àquilo que já consta na proposta do Orçamento em discussão” no parlamento, disse Eurico Brilhante Dias.
O Governo introduziu “um novo verbo” no debate sobre as funções sociais do Estado, “repensar”, mas – sublinhou – “repensar as funções do Estado não é mais do que um corte na despesa, que é rendimento das famílias e dos portugueses”, realçou.
“O que o Governo pretende é que o PS assine por baixo um corte nas funções sociais do Estado, um corte que serve para tapar o falhanço colossal da sua execução orçamental em 2012 e essa assinatura o PS não dará”, apontou o dirigente do PS.