Falando à margem de uma visita que ontem efetuou ao Centro Escolar de São Teotónio, no concelho de Odemira, distrito de Beja, o ministro da Educação lembrou que um dos reflexos da pandemia no ensino é o de motivar o Governo a ter que “ajustar novamente” a avaliação escolar.
Neste sentido, referiu que o Ministério está já no terreno a auscultar as entidades escolares das regiões autónomas e as restantes entidades, assim como os vários agentes do setor da educação de todo o país, designadamente, como salientou, “diretores das escolas, Conselhos de Escolas, Conselho Nacional de Educação, pais e encarregados de educação”.
O objetivo, segundo Tiago Brandão Rodrigueis, é o de coordenar estratégias, referindo que quando for aprovado em Conselho de Ministros este decreto-lei, “que vem de novo ajustar a avaliação escolar”, os alunos possam dispor, então, de toda a informação necessária.
O responsável pela pasta da Educação assinalou, ainda, que apesar de este ano não ter havido “nenhum tipo de interrupção formal nas atividades letivas”, deve ser observado, contudo, o facto de “continuarmos a ter muitos milhares de alunos, de docentes e de não docentes que tiveram que ir para casa durante muito tempo”, ainda que as “consequências da Covid-19 tenham sido menores”, graças, como aludiu, “à alta taxa de vacinação e às regras implementadas”.
Escolas portuguesas preparadas para receber crianças refugiadas
Na ocasião, Tiago Brandão Rodrigues reiterou ainda a total disponibilidade e preparação das escolas portuguesas para receber os alunos refugiados da Ucrânia, mostrando-se convicto de que os estabelecimentos de ensino nacionais vão ser capazes de dar uma resposta positiva para que esta “transição abrupta o seja o menos possível”.
“As escolas portuguesas têm uma grande tradição na receção de migrantes e também de refugiados e até de crianças não acompanhadas”, e, por isso, “estão preparadas”, assegurou.
O natural, como também referiu o ministro, é que o maior fluxo se encaminhe para os sítios onde existem comunidades ucranianas com maior representatividade, garantido que o país, “dependendo ou não da extensão deste conflito bélico e do número de ucranianos que acabem por escolher Portugal”, terá sempre de dar uma resposta “de acordo com as necessidades”.
O ministro teve ainda ocasião para enaltecer as autoridades de saúde e os municípios pelo trabalho conjunto que têm vindo a desenvolver com o pressuposto de tudo fazerem para acolher o melhor que lhes é possível as famílias de ucranianos que procuram Portugal, lembrando que a prossecução da tarefa educativa está reservada às comunidades educativas que ao longo dos últimos anos foram dando conta da sua “enorme experiência” na relação com alunos provenientes de famílias refugiadas, sublinhando ainda o “importante trabalho” que toda a sociedade portuguesa está a fazer para poder receber o melhor possível todas estas famílias de ucranianos.