Governo vai apertar e clarificar restrições de circulação
“Vamos adotar medidas mais claras para que as pessoas percebam que no período da Páscoa não podem mesmo andar a circular e devem ficar na sua residência permanente. Acho que vamos ter de apertar um bocadinho, dando um sinal mais claro de que não é mesmo época para andarmos de um lado para o outro”, declarou António Costa, numa mensagem dirigida a todos os portugueses, durante a sua participação num programa na estação televisiva SIC.
“Os últimos dias dizem-nos que o ritmo de crescimento está menor, o que pode ser um bom sinal, mas este mês é perigosíssimo, em primeiro lugar, porque há a Páscoa – um momento muito difícil para todos nós e temos de vivê-la, este ano, de uma forma radicalmente diferente daquela que estamos habituados a viver”, afirmou.
António Costa pediu então às pessoas que, ainda que com um compreensível sacrifício pessoal e familiar, “não vão à terra visitar os seus familiares e fiquem mesmo na sua casa”.
“Há uma coisa duríssima, mas acho que é preciso dizer aos nossos compatriotas que vivem fora, na França, no Luxemburgo ou na Alemanha. Este ano não venham, fiquem. Além do mais, se vierem, não podem sair de casa”, observou.
Governo prepara solução de aulas pela televisão para todos os níveis educativos
António Costa revelou ainda que o Governo está a preparar uma solução para assegurar o acesso universal às aulas no período em que as escolas se mantenham encerradas nas suas atividades, que assentará na utilização dos meios da Televisão Digital Terrestre (TDT) e abrangerá todos os níveis educativos.
“Para todos os níveis educativos, estamos a trabalhar numa solução de rede de segurança, porque sabemos que muita gente não tem acesso aos conteúdos e às aulas que têm estado a ser ministrada online por computador”, declarou.
O líder do Executivo especificou depois que a solução que está a ser preparada “assenta na Televisão Digital Terrestre (TDT), que é acessível a toda a gente”, embora reconhecendo que não será uma solução de fácil concretização. “Quando havia tele-escola [nas décadas de 70 e 80] havia meia dúzia de disciplinas, mas agora há dezenas de disciplinas e é muito difícil organizar grelhas”, apontou o líder do Governo.
“Temos de salvar o ano, assegurando a todos a maior justiça na avaliação, mas também as melhores oportunidades de terem o acesso educativo, porque a escola não é só avaliação. É também o conjunto de aprendizagens que se adquirem. Este é um ano absolutamente extraordinário”, frisou António Costa.
Em paralelo, “vamos continuar a desenvolver todas as plataformas digitais que têm estado a ser utilizadas. E vamos estudar ao máximo as oportunidades de a escola poder reabrir na medida do possível”, referiu também, embora frisando não ser ainda viável, para já, assegurar qualquer compromisso em termos de calendário.