Governo retoma projeto do PS depois de dois anos desperdiçados
Trata-se, afinal, do reconhecimento tardio da validade de um projeto do PS e que o Governo da coligação de direita tinha travado, à imagem do que sucedeu com tantos outros, por mero preconceito político e ideológico. Um travão que trouxe prejuízo para o país, interrompendo a posição de liderança e de vanguarda em que Portugal se colocava nesta área e inviabilizando a formação de cluster industrial em torno desta tecnologia.
O atual Governo “esteve dois anos sem qualquer política, para depois retomar o que eram políticas do anterior Governo” para a área energética, revelando uma “inversão total de política”, assinala o economista Manuel Caldeira Cabral. Mais do que um pensamento estratégico estruturado para o sector, é revelador, acrescenta, da intenção instrumental de ir “atrás dos fundos comunitários”.
Manuel Caldeira Cabral, que é também cabeça de lista do PS pelo círculo de Braga às legislativas, sublinha que estão em causa “políticas de médio e longo prazo”, que o atual Executivo havia descurado. “O Estado não pode abdicar de ter uma política para a energia”.
O projeto da mobilidade elétrica é retomado pelo PS no programa que apresenta ao país para o próximo ciclo governativo, como um desígnio estratégico para substituir progressivamente a dependência dos combustíveis fósseis no transporte rodoviário por um maior consumo de eletricidade renovável.
A adoção de uma visão integrada da temática ambiental, do desafio energético e da aposta numa mobilidade eficiente, sempre com um forte cunho de inovação, traduz um projeto nacional que o PS entende como fundamental para um modelo de crescimento sustentável da economia portuguesa.