Governo quer fechar este semestre os consensos sobre fundos europeus no pós-2020
O Governo quer fechar “neste semestre” a “escolha nacional” que terá de ser feita para aproveitar os fundos europeus provenientes do quadro comunitário de apoio desenhado a partir de 2020. Um trabalho que o ministro-adjunto, Siza Vieira, defende que “tem de envolver todos os agentes económicos, associações empresariais e partidos políticos” para definir “como queremos alocar” os fundos disponíveis.
Num almoço promovido pelo International Club of Portugal, Siza Vieira defendeu que uma das prioridades do país deve passar por “continuar a apoiar o esforço de investimento das empresas”. Nesse contexto, além da “reprogramação do Portugal 2020” no sentido de “olhar para os fundos que ainda temos disponíveis” e orientá-los para as empresas, o ministro adjunto reiterou a importância – já antes sinalizada pelo Primeiro-Ministro – de estabelecer consensos alargados sobre as grandes opções que o país deve fazer para os próximos dez anos.
Sobretudo porque, como notou Siza Vieira, o próximo quadro comunitário “confronta-se com uma discussão complicada” entre os países europeus. Porque “com a saída do Reino Unido haverá menos fundos, a nao ser que os outros países aceitem acrescer a sua contribuição”.
“Portanto o bolo vai ser mais pequeno. Temos de saber bem o que queremos e temos de preparar isso desde já, neste semestre”, defendeu, apontando também para a necessidade definir não apenas “se se continua a apoiar o processo de investimento empresarial”, mas também para onde se dirige esse investimento investimento empresarial
“Temos de assegurar que o esforço de investimento que fazemos hoje e nos próximos anos, ao contrário do que aconteceu no passado, não se dirige sobretudo aos sectores de bens não transaccionáveis, mas que apoiam o processo de crescimento externo”, defendeu.
E para que esse apoio ganhe força, anunciou que “o Governo irá relançar este ano, nos próximos meses”, duas novas linhas Capitalizar – linhas de financiamento dirigidas às empresas através do sistema bacário e que contam com algum apoio público -, “com uma linha específica de apoio ao financiamento às exportações”. “Não apenas às empresas exportadoras, mas também aos compradores das empresas exportadoras”, concretizou, anunciando também mais “uma linha Capitalizar dirigida a empresas de maior dimensão”, no valor de “cerca de 400 milhões de euros”.