De acordo com o primeiro-ministro, que falava aos jornalistas ao lado do ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, e do presidente da Autoridade Nacional de Emergência e da Proteção Civil, general Duarte Costa, os meios de combate aos incêndios “estão todos mobilizados, organizados e a atuar de forma coordenada”, insistindo, contudo, no aviso que tem vindo a fazer de que a resposta não passa “por mais meios”, mas “por mais cuidado na prevenção” dos fogos por parte da generalidade dos cidadãos.
“Se houver cuidado, não há incêndios”, disse o líder do executivo, referindo que, apesar da severidade das condições atmosféricas em todo o país, o fogo “nasce sempre de mão humana”. O primeiro-ministro aproveitou o momento para elogiar o trabalho dos bombeiros e de “todos os agentes que estão no terreno”, como a GNR e as Forças Armadas, garantindo que todos estão a dar o seu máximo “no combate aos incêndios e na vigilância das florestas”.
No que se refere à ajuda internacional, solicitada por Portugal através do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, o primeiro-ministro garantiu que o Governo espanhol foi o primeiro a responder de imediato, enviando dois aviões Canadair que estão a apoiar os meios de proteção civil envolvidos no combate aos incêndios na zona Centro do país. Uma ajuda que António Costa fez questão de valorizar, numa altura, como mencionou, em que “esta situação de risco de incêndios não está exclusivamente localizada em Portugal”, uma vez que a Espanha se debate, igualmente, “com uma situação de grande pressão”.
Sem baixar a guarda
Quanto à decisão de prolongar, de sexta-feira até ao próximo domingo, a situação de contingência, medida que foi tomada após reunião com o presidente do IPMA e com responsáveis da ANEPC, resulta, segundo António Costa, da informação prestada de que, embora a temperatura deva baixar nos próximos dias, sobretudo nas zonas do litoral, deverá continuar elevada nas regiões do interior, além de uma previsão de ventos fortes no Algarve.
O chefe do Governo deixou, depois, um aviso em relação à forma como se poderá desenrolar a próxima semana: “Até podemos deixar de estar no estado de contingência, mas não podemos passar ao estado de despreocupação”. “Vamos continuar a registar temperaturas muito elevadas na próxima semana”, advertiu, lembrando que ainda há uma “acumulação de incêndios nos últimos dias”, um “legado”, como mencionou, “que passa de dia para dia”.
No encontro desta manhã com os jornalistas, no Instituto Português do Mar e da Atmosfera, António Costa referiu ainda que as detenções de incendiários “estão a aumentar”, atribuindo o facto ao trabalho proficiente e ao reforço de capacidades técnicas dos agentes da Polícia Judiciária e da GNR, que tem permitido que haja hoje “mais condenações em tribunais”.
Uma situação que acontece, também segundo o primeiro-ministro, pelo impacto do mecanismo legal criado em finais de 2017, que tem possibilitado aos tribunais aplicarem medidas de detenção domiciliária preventiva a pessoas que “foram condenadas de forma recorrente por incêndio, ou que se sabe que têm uma propensão para este tipo de crime”, uma medida, como também referiu, que se veio juntar “às medidas típicas do processo penal”.