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Governo prepara bomba-relógio na habitação e vive fora da realidade dos portugueses

Governo prepara bomba-relógio na habitação e vive fora da realidade dos portugueses

José Luís Carneiro critica o total alheamento do Governo da AD em relação à vida concreta dos portugueses, acusando-o de estar a preparar uma verdadeira bomba-relógio no mercado da habitação, mascarada de moderação, e de levantar uma cortina de fumo com o agendamento do debate sobre a lei de estrangeiros, a reboque da extrema-direita.

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O Secretário-Geral do PS reagiu, na passada sexta-feira, às recentes declarações do chefe do executivo de direita e do titular da pasta das Infraestruturas, que apontaram o valor de 2.300 euros como renda “moderada” em Portugal.

“Fiquei surpreendido com o facto de termos um primeiro-ministro e um ministro das Infraestruturas considerarem que a renda média do português é de 2.300 euros. Isso é que me surpreendeu”, admitiu, em declarações proferidas à margem da sessão de apresentação do candidato socialista à Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues.

Na ocasião, o líder do PS assumiu que teve mesmo de “puxar a fita da TV para trás” para confirmar se os governantes tinham, de facto, proferido aquelas palavras, deixando uma crítica certeira.

“Isso é de alguém que não conhece o país e não vive os problemas dos jovens portugueses”, atirou.

O tema, que tem dado muito que falar, foi retomado no dia seguinte, em Vila Nova de Gaia, num comício de apoio à candidatura socialista de João Paulo Correia.

Perante uma sala cheia de militantes e simpatizantes albicastrenses, José Luís Carneiro reforçou o alerta, sublinhando que as medidas do Governo para a habitação são uma “nova liberalização das rendas” que vai “provocar uma subida em espiral” dos preços.

“Quero dizer ao primeiro-ministro deste país que as propostas que apresentou para a habitação, nomeadamente este conceito de renda média de 2.300 euros, vão provocar mais uma subida em espiral no custo dos arrendamentos. Isso prejudicará de forma grave as famílias das classes médias e, particularmente, os mais jovens”, alertou.

Nova liberalização das rendas será fator explosivo

Comparando estas políticas de direita à chamada “lei Cristas” – legislação que liberalizou o mercado de arrendamento nacional, em 2012, durante o executivo de coligação PSD/CDS –, o Secretário-Geral apontou tratar-se do mesmo mecanismo, salientando que, desta vez, foi “mascarado de moderação”.

“Dizem que elas podem ir até ao conceito de renda média de 2.300 euros. Isto é inaceitável”, enfatizou, recordando que Portugal foi o país da OCDE onde a habitação mais disparou no segundo trimestre de 2025, com uma subida superior a 17%, precisamente desde que a AD assumiu funções.

“O tema da habitação pode tornar-se num fator explosivo da vida coletiva”, alertou, sublinhando que “o problema está a ser continuamente agravado pelas políticas que o Governo adotou”.

Face a esta realidade, o líder socialista defendeu soluções concretas, começando pela necessidade de dar “garantias aos jovens”.

Além disso, “é necessário que o Estado construa habitação a um ritmo acelerado, envolvendo construtores, agentes privados, cooperativas, associações e o IHRU” e que “reforce os meios financeiros para que as autarquias consigam construir mais habitação”.

Neste ponto, José Luís Carneiro deixou uma clara advertência ao Governo de Luís Montenegro, assinalando que se as medidas governativas “continuarem a agir apenas no lado da procura”, os custos vão “crescer exponencialmente” e os efeitos serão “explosivos” nas cidades portuguesas”.

Agendamento de lei de estrangeiros é manobra de distração da AD

Confrontado sobre a disponibilidade para dialogar com o PSD quanto à lei de estrangeiros, José Luís Carneiro rejeitou manobras de distração.

“A forma como foi agendada, o tempo em que foi agendada, é uma forma de distrair a atenção das pessoas daquilo que lhes importa. A imigração importa, mas não é o tema prioritário para a vida das pessoas. Isso faz parte de uma estratégia”, vincou.

Por último, o líder do PS não deixou passar em claro a ligação da direita ao Chega.

“A AD anda enleada com o Chega. Já sabemos isso há muitos meses, mas espero é que esse namoro não dê em casamento. Vamos esperar para ver”, rematou.

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