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Governo olha para o interior como um encargo

Governo olha para o interior como um encargo

O Secretário-geral do Partido Socialista garantiu hoje à Presidente da Câmara Municipal de Góis que é, “por convicção”, um aliado das populações do interior na defesa dos seus territórios e da manutenção dos serviços públicos.

“Tem em mim um aliado por convicção. Sou da Beira Serra. Sei como foi difícil lutar, depois do 25 de abril, para que pudéssemos ter um médico, saneamento, um posto dos correios ou arruamentos”, disse António José Seguro, que foi recebido no Salão Nobre dos Paços do Concelho, antes de visitar a Semana Cultural de Góis.

Interpelado pela presidente do município para que ajude a manter aberta uma escola do primeiro ciclo, com 24 crianças, que o Governo pretende encerrar, o Secretário-geral do PS lembrou que um dos desígnios da República foi a criação de escolas em todo o país. “Quando a presidente fala no encerramento de uma escola, isso representa um retrocesso do ideário republicano”, sublinhou, acrescentando que tal é “incompreensível num momento em que o país tanto precisa de apostar na educação e na qualificação dos jovens”.

António José Seguro reafirmou que, ao contrário do atual Governo, não olha para o interior como um encargo. “Para o Governo, há uma parte do território e uma parte dos portugueses que são dispensáveis, e toda a sua política aponta nesse sentido”, criticou.

Para fixar as populações no interior, o líder do PS insistiu na necessidade de captação de investimento, público e privado, através de um plano de reindustrialização e de medidas como incentivos fiscais às empresas que criem postos de trabalho no interior.

“O país não pode continuar a ver partir aqueles que são indispensáveis para o progresso da economia e para a criação de identidade dos territórios”, concluiu António José Seguro.