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Governo não tem estratégia para as infraestruturas prioritárias

Governo não tem estratégia para as infraestruturas prioritárias

Para o Secretário Nacional Eurico Brilhante Dias, as declarações hoje feitas pelo Ministro Pires de Lima revelam que ” um Governo que não tem uma ideia estratégica para o país dificilmente poderia ter alguma ideia sobre infraestruturas. E este exercício do denominado ‘Plano Estratégico de Infraestruturas de Transportes’, apresentado hoje, é bem a prova disso”.

O Governo foi capturado por uma contradição insanável. Há quase três anos a diabolizar o investimento público, a parar investimentos, desvalorizando o papel do Estado como catalisador de investimento privado de qualidade, e agora apresenta à pressa um conjunto de projetos, sem desígnio colectivo, sem coerência entre si, e acima de tudo sem uma lógica de serviço às pessoas e às mercadorias.

Esperava-se que o senhor Ministro dissesse qual será o serviço prestado às pessoas e às mercadorias, por exemplo, na ligação de Lisboa e Sines a Madrid. Esperava-se, por exemplo, que explicasse o impacto do investimento na mobilidade nas áreas metropolitanas, mas sobre isso também nada disse; esperava-se, igualmente, entre outros casos, que desse a conhecer o impacto destas novas infra-estruturas na ligação do tecido exportador aos mercados de destino. A estas questões o senhor Ministro não respondeu porque não o pode fazer. Porque é incapaz de sustentar tecnicamente a sua decisão.

O Governo apresenta um conjunto de projectos ditos prioritários mas, ainda assim, volta a sublinhar a inexistência de estudos sobre os seus impactos na economia, na criação de emprego, e na promoção da coesão territorial. Ou seja, projectos prioritários mas de desconhecido impacto. O país não pode continuar a alocar recursos, a consumir dinheiro, sem preparar a decisão de forma conveniente. Esta incompetência custa dinheiro aos portugueses. Diz o Senhor Ministro que esses estudos irão ser realizados agora. Ficam as perguntas: faz-se os estudos depois de anunciar os projectos como prioritários? Aquilo que agora é prioritário deixará de o ser em função dos estudos económicos e ambientais que vierem a ser realizados?

Ao longo do ano 2013 o PS insistiu na necessidade de preparar bem este Quadro Comunitário que agora começa; o Governo chegou tarde e mal preparado. Portugal precisa de infraestruturas modernas para suportar o seu desenvolvimento económico e social; mas hoje está a perder uma oportunidade de o fazer de forma eficaz.