Governo mantém diálogo aberto com setor da restauração
À entrada do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, momentos antes de se reunir com o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, por videoconferência, António Costa esclareceu que o setor da restauração tem disponível um “conjunto de medidas que serão aplicadas até ao final do ano e totalizam 1.100 milhões de euros, sendo cerca de metade a fundo perdido”.
Por seu lado, segundo o líder do executivo, “o setor da animação noturna, que por força da lei está encerrado há vários meses, pode não só manter-se no regime do ‘lay-off’ simplificado, com total isenção de Taxa Social Única, como dispõe de uma majoração no programa ‘Apoiar’, que tem 750 milhões euros a fundo perdido destinados às empresas”.
“Não é verdade essa ideia de que os contribuintes não estejam a fazer um grande esforço para apoiar a economia e as empresas, já que grande parte destes apoios são recursos nossos e não da União Europeia. São recursos da Segurança Social, das contribuições dos portugueses”, afirmou o primeiro-ministro.
António Costa referiu que a quebra de faturação não é um problema exclusivo dos setores da restauração e da animação noturna, pelo contrário: é um problema “muito generalizado”.
“Em regra, os restaurantes apresentam uma quebra de faturação de cerca de 31%, mas há setores, como o das agências de viagens, que têm mais de 70%, ou a hotelaria com cerca de 60%. Não podemos achar que o problema é só nosso. Infelizmente, o problema é muito generalizado em vários setores da atividade económica”, adiantou o primeiro-ministro.
Questionado sobre o grupo de empresários da restauração e da animação noturna que se encontra em frente à Assembleia da República, o chefe do Executivo espera que seja “ultrapassado o impasse criado” e recusou a ideia de ausência de diálogo por parte do Governo.
“Isso não corresponde à realidade, porque ainda no passado dia 18 houve uma reunião e outra reunião já tinha acontecido em julho”, avançou.
Para o líder socialista, “este não é tempo para tensões e para radicalismos”, pelo contrário: “É um momento para todos compreendermos a necessidade que existe de apoio mútuo e há uma prioridade que tem de estar no topo, que é a da preservação da saúde pública”, disse António Costa.