Governo internacionaliza projeto “A voz dos alunos”
Tiago Brandão Rodrigues falava no final de um exercício de debate, no âmbito do projeto com alunos portugueses e estrangeiros, fazendo assim o lançamento internacional desta iniciativa num encontro promovido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), em Lisboa.
Esta sessão precedeu assim a abertura dos trabalhos do projeto “Educação 2030” da OCDE, que depois da China acontece na capital portuguesa e nela congrega centenas de peritos, decisores políticos e representantes de escolas de todo o mundo.
Durante a manhã, cerca de 30 alunos de vários países partilharam a ideia segundo a qual “é importante que na OCDE, no âmbito da educação 2030, projetada para pensar o currículo do futuro e de como será a educação do próximo século, se identifique também que os estudantes têm de ser ouvidos e que muitas das práticas portuguesas devem ser replicadas”.
Questionado sobre as fragilidades do sistema educativo português, Tiago Brandão Rodrigues disse que tem efetivamente uma carga curricular pesada e uma taxa de reprovações elevada, mas que está a ser feito trabalho para ultrapassar estes problemas detetados.
Já para o próximo ano, adiantou, está prevista uma flexibilização pedagógica num projeto-piloto que vai ao encontro de muitas das vicissitudes dos estudantes.
Por sua vez, os estudantes apontaram para a necessidade de as escolas também permitirem o desenvolvimento do que chamam de “soft skills”, ou seja, terem a possibilidade de desenvolver competências como a comunicação e a liderança.
Que escola querem, o que pensam dos currículos, o que esperam dos professores e o que mais os motiva dentro da sala de aula, foram as perguntas a que os jovens portugueses responderam no projeto nacional e que, segundo o Ministério, foram tidas em conta na definição do Perfil do Aluno para o Século XXI, que se encontra em fase de conclusão.
Refira-se que o projeto “A Voz dos Alunos” foi lançado em novembro durante uma conferência em Leiria.
De acordo com o Ministério da Educação, as 32 páginas de sugestões feitas pelos estudantes para melhorar o currículo constituem “material de trabalho para a tutela”.