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Governo ignora portugueses que não constam nas estatísticas

Governo ignora portugueses que não constam nas estatísticas

O PS não entende por que é que o Governo continua a vangloriar-se sobre a questão dos dados do desemprego, ignorando as centenas de milhares de portugueses que, não deixando de estar sem trabalho, não constam das estatísticas.

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À primeira todos caem, à segunda cai quem quer

O PSD, através do seu porta-voz, voltou hoje a mostrar um despropositado regozijo com a taxa de desemprego, insistindo que houve uma redução do número de desempregados, ignorando mais uma vez e de forma sistemática, as centenas de milhares de desempregados que, como declarou o dirigente do PS Pedro Nuno Santos, “sem deixar de o ser, não constam nas estatísticas”.

Estão neste caso, lembra o dirigente socialista, os mais de 160 mil portugueses que frequentam programas ocupacionais e que por esse facto não constam nas listas do desemprego, assim como os mais de 250 mil que desistiram por desmotivação de procurar trabalho e ainda os cerca de 500 mil que emigraram.

Pedro Nuno Santos lembra que a postura do PSD tem vindo a ser assim há vários meses, ignorando de forma sistemática as centenas de milhares de portugueses que estão efetivamente no desemprego, mas que são riscados das estatísticas, deturpando de forma dolosa a realidade.

Depois de referir que, ao contrário do que o Governo tem sugerido, não há nenhum problema com o INE, “que cumpre o que o que lhe é devido e faz um bom trabalho”, Pedro Nuno Santos lembra que os inativos desempregados, os que estão numa situação de subemprego ou que estão em programas ocupacionais, constam dos dados do INE, e que a realidade preocupante do desemprego em Portugal, “não é inventada pelo PS”, mas uma problemática que resulta exclusivamente de quatro anos de má gestão política do PSD e do CDS.

Se o PSD e o CDS querem conversar sobre a realidade, defendeu ainda o dirigente socialista, “é bom que queiram começar por falar das suas políticas ao longo destes últimos quatro anos”, porque o que hoje “estamos a fazer é o balanço desta legislatura” e não a analisar um ou outro trimestre eventualmente mais favorável ao Governo.

E um dos balanços mais trágicos que podemos fazer, disse ainda Pedro Nuno Santos, é que o PSD e o CDS entre junho de 2011 e junho de 2015 destruiram mais de 210 mil empregos. É por isso, acrescentou, que quando se quer analisar a saúde de uma economia temos que ter presente o número de criação e de destruição líquida de postos de trabalho e não analisar a questão de forma parcial ou pontual.