Governo garante rede de abastecimento de combustíveis
“Se a greve efetivamente acontecer, vamos criar as condições para, se necessário, montar um sistema logístico alternativo de distribuição de combustíveis, no caso de não haver o cumprimento de serviços mínimos”, anunciou o governante, garantindo que o Executivo “está preparado para o que vier a acontecer”, estando também a trabalhar na definição de serviços mínimos aplicáveis.
“Se acontecer algo semelhante ao que aconteceu na última greve teremos no terreno um dispositivo que identifica os abastecimentos prioritários, os postos que têm de ser abastecidos, os circuitos que abastecem esses postos, bem como depois a necessidade de motoristas que garantam esses abastecimentos. Iremos definir os serviços mínimos e esperamos que sejam cumpridos, mas se não forem temos medidas alternativas”, sublinhou.
João Galamba adiantou, por outro lado, que “já está também preparada uma ‘task force’ especial da Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE), com procedimentos internos por parte da sua própria rede de emergência de postos de abastecimento (REPA), que depois se articula com as forças de segurança para a operacionalização da rede alternativa”.
“Haverá um acompanhamento muito próximo de vários membros do Governo, das áreas da Energia, Transportes, Administração Interna, como na greve anterior”, salientou.
Confiança numa solução de diálogo no interesse do país
O ministro do Trabalho, por seu turno, reforçou o apelo a uma solução de diálogo que sirva o interesse de todas as partes e que não seja, sobretudo, penalizadora da economia do país.
“O Governo está especialmente empenhado em continuar a apelar às partes para ser possível encontrar soluções que não gerem situações que são penalizadoras para o país, para a economia do país, para o bem-estar das famílias e, creio eu, até para os trabalhadores deste setor. E o Governo está também empenhado em estar preparado para o que vier a acontecer”, garantiu Vieira da Silva.
Convidado a comentar se não teme que se repita o cenário de greve e de bloqueio de bombas de gasolina que se registou no início de abril, o ministro do Trabalho apontou que “respeitará as decisões tomadas”, mas sublinhando que “não perdeu as esperanças” face à conversação.
“Não perdi de todo as esperanças, numa linha que foi seguida ao longo dos últimos meses, continuar este esforço de conversação”, disse o governante.
“O Governo respeitará as decisões que as partes tomarem desde que elas sejam, naturalmente, tomadas no âmbito restrito da lei e do Estado democrático, mas também utilizará todos os instrumentos que o Estado democrático tem ao seu dispor para salvaguardar interesses que são interesses maiores do país que é garantia do acesso aos serviços pela generalidade das famílias”, acrescentou.
Vieira da Silva apontou também que estão em causa “divergências quanto a algo que acontecerá em 2021” porque, disse, “as condições negociadas para 2019 e para 2020 já chegaram a entendimento”.
“Acho que os portugueses e portuguesas não compreenderiam que entrássemos numa zona de conflito com consequências complexas porque ainda não se atingiu um entendimento acerca do que se vai passar daqui a dois anos. Julgo que isso seria incompreensível”, referiu, reiterando o apelo ao consenso.