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Governo fez um ataque total e sem pudor à classe média

Governo fez um ataque total e sem pudor à classe média

aserr_idt.jpgO PS acusou hoje o primeiro-ministro de ter feito um ataque total e sem pudor, sobretudo à classe média, ao admitir que a margem de progressão dos aumentos das taxas moderadoras ainda está longe de se esgotar.

A posição foi assumida pelo deputado e ex-ministro António Serrano, numa reação a declarações proferidas por Pedro Passos Coelho, que invocou um acórdão do Tribunal Constitucional para afirmar que o Governo está “muito longe de esgotar o 'plafond' de crescimento das taxas moderadoras” aplicadas no Serviço Nacional de Saúde.

António Serrano manifestou-se surpreendido com esta posição do primeiro-ministro, já que “informou que ainda há uma margem enorme de progresso no aumento das taxas moderadoras”.

“De facto, trata-se de uma declaração de ataque total e sem qualquer espécie de pudor à classe média e a todos os cidadãos em Portugal”, acusou.

Segundo o deputado do PS, “independentemente das isenções concedidas – e que sempre existiram ao longo dos tempos no SNS -, verifica-se que o Governo se prepara para fazer aumentos em alguns casos de mais de 300 por cento nas taxas moderadoras”.

“Em cima disso, o primeiro-ministro, como que achando que ainda é pouco, avisa que está longe de ser esgotado o ´plafond' de crescimento das taxas moderadoras, o que é insustentável para a população portuguesa”, considerou o deputado do PS.

António Serrano advertiu que Portugal está a atravessar um momento de “desnatação e de desqualificação do SNS”, caminhando “para uma política de cofinanciamento do SNS”.

“Num momento de crise e de aumento do desemprego, não é possível pactuar com este tipo de política. Os portugueses têm de dizer basta e o Governo tem é de atacar as gorduras, que antes das eleições sempre apresentou como bandeira do seu programa”, contrapôs António Serrano que disse depois acreditar que, em termos de via alternativa, há margem para cortar gorduras no sistema de saúde, através da redução de encargos administrativos e da eliminação de funções (por exemplos nas administrações regionais de saúde).

“Não é difícil arranjar 200 ou 300 milhões de euros [em poupanças] para evitar este ataque à população portuguesa no acesso à saúde. O acordo celebrado com a ´troika´ não dá cobertura àquilo que está a ser feito por este Governo, porque esse acordo abre espaço a medidas alternativas para que se atinjam os mesmos objetivos”, realçou o deputado.