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Governo está fora do consenso sobre aumento do Salário Mínimo Nacional

Governo está fora do consenso sobre aumento do Salário Mínimo Nacional

O Secretário-geral do PS confrontou o primeiro-ministro com as contradições dentro do Executivo.

No debate quinzenal de hoje António José Seguro relembrou a importância do aumento do Salário Mínimo Nacional: “Em março do ano passado confrontei o primeiro-ministro com o consenso que existia na sociedade portuguesa no sentido de aumentar o Salário Mínimo Nacional. O primeiro-ministro, a 6 de março do ano passado, disse-me que era uma política errada e o que se deveria fazer era diminuir o Salário Mínimo Nacional”.

As declarações do primeiro-ministro acerca do Salário Mínimo Nacional “expõem a irrelevância do Governo e o que pensa da concertação social”, considerou António José Seguro. “A sua obrigação era ter levado à concertação social o Salário Mínimo Nacional. Ouviu as centrais sindicais e os sindicatos a reivindicá-lo, havia esse consenso. Quem ficou de fora desse consenso? O primeiro-ministro e o Governo porque está contrariado. Um primeiro-ministro com sensibilidade social deveria agir de outra forma”, salientou.

Sobre o regresso aos mercados, o líder socialista referiu que “o que é bom para Portugal é bom para o PS”, mas que o Governo não pode dizer que este regresso se deve à sua “brilhante política”. “Isso é iludir e enganar os portugueses”, afirma Seguro, chamando a atenção para as falhas e contradições das metas do Governo, para o facto de não haver fim à vista para a austeridade e para a revelação de que, ao contrário do afirmado, as avaliações externas irão continuar. “Hoje ficámos a saber que a Troika disse na reunião com parceiros sociais que daqui a 6 meses haverá uma avaliação independente do programa de ajustamento. O que é isto? Quer dizer que Portugal vai continuar sobre observação externa? Quem decidiu? Qual é a posição do primeiro-ministro sobre esta matéria? Vai ou não haver esta avaliação independente?”

António José Seguro voltou a questionar o primeiro-ministro sobre os cortes que estão a ser negociados com a Troika: “Há ou não há relatório que esteja por detrás do que se comprometeram com a Troika? Quais são os cortes que disse há 3 anos que nunca faria e se prepara para fazer?” O líder socialista salientou ser “ridículo” e “surpreendente” que, ao fim de quase 3 anos de governação em que cortou nas pensões e reformase aumentou os impostos, só agora ter descoberto que afinal havia mil milhões de euros para cortar. “Em que ministérios identificou mil milhões de euros para cortar?”, questionou. “Quando vem falar de confusão e do disse e não disse, olhe para o seu governo”, apontou, deixando um apelo: “Temos de procurar nos documentos das instituições da UE para saber a verdade. Deixe de iludir os portugueses.”