Falando à margem de uma sessão sobre o plano de vacinação, em Oeiras, António Costa sublinhou que a proposta a apresentar pelo executivo tem “um objetivo fundamental”, que é o de “dar continuidade às boas políticas para melhoria do rendimento das famílias, criação de mais e melhor emprego e trajetória de crescimento da economia”, afirmando a sua convicção de que, tal como as anteriores, tenha todas as condições para ser aprovada.
“Espero que o debate permita, a seguir, melhorar a proposta com o contributo dos partidos com quem temos trabalhado. Está marcada para 26 de novembro a votação final do Orçamento e nessa altura poderemos acrescentar aos recursos que a União Europeia nos disponibiliza os recursos nacionais”, acrescentou.
Questionado sobre se o contexto político das eleições autárquicas poderá trazer dificuldades à viabilização do OE, António Costa rejeitou qualquer relação entre o ato eleitoral de domingo e o processo negocial do orçamento, reiterando, aliás, que não faria qualquer sentido que alguém estivesse interessado em acrescentar uma crise política ao desafio de recuperação que o país enfrenta, um sentimento que disse ser “partilhado pelo Governo e pela esmagadora maioria dos portugueses”.
O líder do Governo socialista voltou, assim, a centrar o foco nas prioridades do país no trabalho e nos desafios que tem pela frente, de pôr em marcha a recuperação económica, lembrando que, ainda na semana passada, o Instituto Nacional de Estatística (INE) deu a conhecer os números da “queda brutal” que a economia sofreu em 2020.
“Foi talvez anestesiada pelo conjunto de medidas adotadas, em particular ao nível do emprego e para a sobrevivência das empresas”, apontou, acrescentando que, “apesar da rede de segurança criada, temos um imenso desafio pela frente” e que o país “tem agora oportunidades novas com o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”.
“Portanto, esta é uma fase em que o país tem de estar, não só focado em executar o Orçamento, mas também em não perder tempo com questões políticas que travem a oportunidade extraordinária que a União Europeia nos proporciona. Como ainda na segunda-feira disse o senhor Presidente da República, recuperar não é só repor aquilo que perdemos durante este ano de crise. Temos a estrita obrigação de ir mais além e mais rápido do que em condições normais. Temos as verbas do Portugal 2020, vamos ter as verbas do Portugal 2030 e temos ainda o PRR”, vincou.
Por isso, para António Costa, este é o tempo de o país se focar no que é essencial, e o essencial, no que respeita ao Governo que lidera, é apresentar na Assembleia da República, no dia 11 de outubro, uma proposta de Orçamento do Estado para 2022 “que sirva o país e o esforço de recuperação económica”. “É para isso que temos de trabalhar e vamos continuar a trabalhar”, concluiu.