home

Governo está a mascarar os números da execução orçamental

Governo está a mascarar os números da execução orçamental

António José Seguro acusou o Governo de tentar “iludir os portugueses” ao “mascarar” os números da execução orçamental, contrapondo que o país está “pior do que em maio de 2012”.

“O ministro da Finanças fala de números muito acima daquilo que estava previsto”, mas “os dados da execução orçamental demonstram que Portugal está pior do que estava em maio de 2012”, afirmou. “Portanto, não mascarem os números, não mascarem a realidade”, desafiou.

O secretário-geral do PS reafirmou que “o país está numa situação difícil e o que mais faltava é que o principal responsável por essa situação, que é o Governo, viesse agora tentar iludir os portugueses com este número”.

António José Seguro, que falava em Évora à margem do jantar de apresentação dos candidatos do PS àquele concelho nas eleições autárquicas, sublinhou, a propósito da execução orçamental de maio, que os números são explicados com dividendos vindos do Banco de Portugal.

“Se tirar exclusivamente maio deste ano, tem que verificar porque é que isso acontece, designadamente porque houve dividendos extraordinários, de cerca de 350 milhões de euros, vindos do Banco de Portugal”, afirmou.

Porém, se for analisada a execução orçamental dos cinco primeiros meses deste ano, os números são outros, com “um aumento da despesa, um aumento do défice e uma quebra brutal do investimento”.

Relativamente às declarações do ministro Vítor Gaspar quando admitiu o abaixamento das taxas de imposto para os contribuintes cumpridores, António José Seguro lembrou que quem aumentou os impostos foi o próprio ministro: “Eu ouvi essas declarações e é muito simples. Quem as proferiu foi quem aumentou os impostos” e “para níveis nunca vistos em Portugal”, apenas com o propósito de ”tapar os seus próprios erros”.

Acerca da presença da troika em Portugal desde segunda-feira, para realizar mais uma missão intercalar, o líder socialista garantiu: “Eu da troika já não espero nada”.

“Aquilo que os portugueses esperam é que haja condições para que exista um Governo que diga à troika aquilo que a troika tem que ouvir”, ou seja, que “as políticas de austeridade já não têm sequer qualquer fundamento teórico”, concluiu.