Governo está à deriva
O Partido Socialista apontou os exemplos dos pedidos de desculpa dos ministros da Justiça e da Educação, bem como das dúvidas sobre a atividade do primeiro-ministro enquanto deputado entre 1995 e 1999, para acusar o Governo de estar “à deriva”.
O vice-presidente da bancada do PS José Junqueiro considerou, durante as declarações políticas na Assembleia da República, que no “início desta sessão legislativa o Governo está à deriva”.
“Na Justiça, a ministra, depois de um surto inicial de enorme arrogância, tem vindo a admitir, por força dos factos, que os erros são muitos e que prejudicaram o normal funcionamento dos tribunais”, lembrou. “Foi neste contexto que fez um teatral, mas mal ensaiado, pedido de desculpas pelos constrangimentos que provocou”, acrescentou.
José Junqueiro acusou o ministro da Educação de não ter feito melhor: “O início do ano letivo foi um dos priores de sempre. Escolas sem professores e professores sem escola marcam ainda o dia-a-dia de muitos alunos e encarregados de educação”.
“Tal como a ministra da Justiça, Nuno Crato, depois de um surto inicial de enorme arrogância, pela força dos factos, veio à Assembleia da República fazer também o seu teatro com um pedido de desculpas mal ensaiado”, lamentou.
O deputado do PS alertou que se percebeu “logo que o Governo adotou como estratégia a representação de uma falaciosa humildade”.
“Com se isso não fosse suficiente, o primeiro-ministro, pelos motivos conhecidos, introduziu na opinião pública a ideia de que se poderia ir embora. Nada pior para um Governo do que uma instabilidade ao mais alto nível. Nada pior para o país do que um Governo perdido na confusão dos seus dias”, defendeu.
José Junqueiro afirmou que é necessário o primeiro-ministro “dilucidar as dúvidas existentes rapidamente”, uma vez que é “um cidadão com responsabilidades acrescidas”.