“É muito importante que o Governo venha esclarecer quais são os compromissos que não consegue negociar com Bruxelas para não entregar a tempo e horas aquele que é o instrumento mais importante para a trajetória das nossas contas públicas e para a vida dos portugueses a médio prazo”, vincou o dirigente socialista em declarações à comunicação social, depois de o Governo ter confirmado que adiou a entrega do plano orçamental.
Frisando que este atraso é “inédito”, António Mendonça Mendes comentou que, tal como o Partido Socialista, agora o Conselho das Finanças Públicas também demonstra uma “grande preocupação” com a “capacidade que o Governo tem de garantir o equilíbrio orçamental”.
O equilíbrio orçamental “é algo que custou muito aos portugueses, às famílias e às empresas, e este Governo está a dar mostras e sinais de que não tem capacidade de garantir o equilíbrio orçamental e que pode mesmo levar o país a uma situação de défice orçamental”, lamentou.
O vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS disse ainda que “o plano orçamental de médio prazo deveria ser muito mais escrutinado do que está a ser”.
“O Governo não teve nenhuma cordialidade com os partidos com quem diz que quer negociar o Orçamento sobre qual a trajetória da despesa que está a negociar com Bruxelas e hoje aquilo que sabemos é que não conseguiu, no tempo que era suposto – até 20 de setembro –, negociar essa mesma trajetória da dívida”, reafirmou.
CFP confirma boa situação orçamental deixada pelo Governo do PS
O Conselho das Finanças Públicas confirmou também “a boa situação orçamental em que o PS deixou o país”, salientou o socialista, esclarecendo que “é bastante claro hoje que toda a narrativa que o Governo [da AD] procurou desenvolver desde o início é uma narrativa que não adere à realidade, tem sido sucessivamente desmentida pelos factos e pelas várias instituições”.
António Mendonça Mendes sustentou depois que “só não haverá aprovação do Orçamento se o Governo não quiser”.
E recordou que “o processo de negociação do Orçamento é liderado pelo Governo e compete ao Governo dar os esclarecimentos em público sobre as reuniões que marca ou que não marca”.
Questionado sobre o IRS Jovem, António Mendonça Mendes frisou que “há uma grande parte da opinião pública que”, tal como o Partido Socialista defende, “já percebeu que essa é uma medida ineficaz, errada, socialmente injusta e que não cumpre o seu objetivo”.