Governo esclarece que fundo da UE destina-se “a ressarcir despesas públicas”
O ministro do Planeamento e das Infraestruturas esclareceu hoje que as verbas concedidas ao abrigo do Fundo de Solidariedade da União Europeia na sequência dos incêndios de 2017 se destinam “a ressarcir despesas públicas”, excluindo a compensação de privados.
Numa declaração aos jornalistas sobre a aplicação do Fundo de Solidariedade da União Europeia, Pedro Marques garantiu que o Estado não desviou recursos das vítimas dos incêndios para os organismos públicos.
O ministro adiantou que o montante de 50,6 milhões de euros que Portugal recebeu recentemente da UE para fazer face aos prejuízos causados pelos incêndios de 2017 vai ser “aplicado naquilo que é elegível nos termos das regras da União Europeia”.
“O artigo terceiro número dois do regulamento do Fundo de Solidariedade da UE diz que as despesas elegíveis são despesas públicas e destina-se este dinheiro, cerca de 50 milhões de euros, a ressarcir o Estado com despesas que tenha tido com a reposição de infraestruturas críticas, alojamento de emergência, operações de socorro ou com a limpeza dos territórios afetados. São, portanto, despesas públicas”, afirmou.
Nesse sentido, sublinhou que a maioria dos recursos deste fundo vão ser afetos “às autarquias, para reposição das infraestruturas municipais dos caminhos rurais e agrícolas”, e ao sistema de proteção civil, procurando também envolver-se as próprias associações de produtores florestais.
Pedro Marques explicou igualmente que a aplicação do Fundo de Solidariedade da UE é do Estado português, mas as regras e a decisão sobre a aplicação do montante estão no regulamento da União Europeia.
Depois de o jornal i ter noticiado na terça-feira que o Fundo de Solidariedade da UE atribuiu 50,6 milhões de euros no âmbito dos incêndios que fustigaram o país no ano passado e metade da verba vai ficar no Estado porque o Governo terá decidido atribuir 26,5 milhões de euros a candidaturas provenientes de instituições como a GNR, a Autoridade Nacional de Proteção Civil ou o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, o PSD e o CDS acusaram o Governo de desviar o fundo de apoio às vítimas.
Pedro Marques sustentou que esta notícia “é falsa” e considerou “imoral que o líder do maior partido da oposição tenha vindo falar sobre um assunto que não conhece”, além de não se ter informado sobre o regulamento do fundo de solidariedade da UE.