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Governo e parceiros sociais em sintonia na rejeição de cortes no orçamento europeu

Governo e parceiros sociais em sintonia na rejeição de cortes no orçamento europeu

Governo e parceiros sociais mostraram ontem, à saída da reunião extraordinária da Comissão Permanente de Concertação Social, estarem de acordo em rejeitar as propostas de cortes no orçamento plurianual da União Europeia, apresentadas pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

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Falando à saída da reunião extraordinária da Comissão Permanente de Concertação Social, que ontem teve lugar em Lisboa, o ministro do Planeamento Nelson de Souza referiu-se ao ambiente de consenso que percorreu grande parte da reunião, onde prevaleceu uma troca de “impressões aberta e construtiva” entre Governo, patrões e sindicatos quanto à rejeição que o primeiro-ministro, António Costa, deve adotar na próxima quinta-feira em Bruxelas, na reunião extraordinária do Conselho Europeu, sobre as propostas de cortes no orçamento plurianual da União Europeia.

Segundo Nelson de Souza, numa altura em que a Europa atravessa um momento “complexo” e rodeado de “muitas incertezas”, afigura-se pouco consensual, e sobretudo dissonante em relação à opinião já expressa pela maioria dos Estados-membros, que o Conselho Europeu tivesse avançado com uma proposta que “em nada facilita a conclusão do processo de negociações sobre o futuro orçamento europeu a partir de 2021”.

Ponto assente, contudo, é que o Governo português não aceita e irá contestar, na reunião extraordinária do Conselho Europeu de 20 de fevereiro, em Bruxelas, os cortes propostos no orçamento comunitário plurianual de 2021-2027, apresentados na passada sexta-feira, lembrando o governante que esta é uma proposta “em tudo semelhante à finlandesa, já rejeitada pela maioria dos Estados-membros”.

Tese que foi corroborada igualmente pela ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, que no final do encontro de trabalho garantiu que o Governo “não aceita” o corte nominal de fundos para a agricultura, “nem o corte no desenvolvimento rural”, lembrando que o Executivo português mantém inalterada a sua posição inicial de que haja “convergência dos pagamentos diretos para a média da União Europeia”, cujo compromisso, como salientou, é “chegar aos 85% no final do atual quadro comunitário”.

Maria do Céu Albuquerque lamentou que este cenário tivesse sido “retirado da proposta do Conselho Europeu”, reafirmando que a posição portuguesa “não tem a ver com o valor em concreto, mas com a forma como esse valor é atingido”, porque “não é justo”, defendeu ainda a titular da pasta da Agricultura, que o “pagamento mínimo por hectare em Portugal seja inferior ao de outros Estados-membros”.