home

Governo do PS pode orgulhar-se de ser exemplo de abertura do sistema político

Governo do PS pode orgulhar-se de ser exemplo de abertura do sistema político

O primeiro-ministro, António Costa, lamentou a polémica em torno das relações familiares de alguns membros do Governo, sublinhando que os membros escolhidos para integrar o Executivo que lidera são-no por “mérito próprio” e não em função de qualquer tipo de relação familiar, acrescentando que o atual Governo pode orgulhar-se de ser exemplo de abertura do sistema político.
Governo do PS pode orgulhar-se de ser exemplo de abertura do sistema político

Em entrevista à TSF e ao ‘Dinheiro Vivo’, que pode ser ouvida na íntegra amanhã, António Costa esclarece que não existe, “em caso algum, qualquer conflito de interesses” na ação regular de governação, muito menos qualquer exemplo de alguém que tenha nomeado um seu familiar para desempenhar uma função, dizendo estranhar a polémica, que nunca se colocou em três anos e meio, desde que o Governo tomou posse.

“Um gabinete não é um órgão da administração pública”, mas um órgão de apoio à atividade política de um membro do Governo”, lembra ainda, sublinhando que “o critério fundamental de nomeação” que é observado, respeita à “competência pessoal, política e técnica”.

Relações entre negócios e cargos políticos devem ser a verdadeira preocupação

Ontem, António Costa tinha já abordado este tema, lembrando que não houve, como aliás foi referido pelo Presidente da República, “nenhuma alteração nas relações familiares de nenhum membro do Governo desde a sua composição inicial”, deixando uma crítica incisiva a quem, em ano eleitoral, parece interessado em explorar uma falsa polémica.

“Acho estranho que, quem hoje se preocupa tanto com as relações familiares, se tenha preocupado tão pouco, no passado, com outras relações – que essas não são públicas, nem são sindicáveis, designadamente com a promiscuidade entre o exercício de cargos políticos e o mundo dos negócios”, afirmou, deixando uma garantia.

“Nenhum dos membros do meu Governo sairá do Governo para formar um banco que depois vá à falência e fique a viver à custa dos contribuintes. Nenhum membro do meu Governo sairá do Governo para ir gerir uma infraestrutura cuja construção ordenou. Nenhum membro do meu Governo irá adquirir ativos a empresas que privatizou na legislatura imediatamente anterior. Essas é que são as relações com que se deviam preocupar”, disse.

“Ouvi o líder da oposição fazer uma referência, que eu diria injusta e desprimorosa, comparando o Conselho de Ministros com uma ceia de Natal. [No Governo] há, no conjunto dos 62 gabinetes, mais de 500 pessoas a trabalhar. Têm sido referidos alguns casos – é provável que aconteçam alguns casos de relações familiares, como seguramente acontece em qualquer empresa, que haja relações familiares entre algumas pessoas. O que seria grave – e até agora não vi nenhum caso apontado nesse sentido – é que alguém fosse prejudicado ou beneficiado em função das relações familiares”, disse.

Abertura e renovação é motivo de orgulho

António Costa lembrou ainda, a propósito, que dos 62 membros do atual Governo, “36 são militantes do PS, o que é normal, e 26 são independentes, que só 14 tinham tido anteriores experiências governativas e só 30 tinham exercido qualquer tipo de cargo político, desde ministro a vereador, o que significa que 32 membros do Governo são pessoas que fomos mobilizar à sociedade civil, o que demonstra que, ao contrário do que às vezes se diz, há cidadãos disponíveis para servir o seu país, para servir os portugueses”.

“E eu acho que isso é motivo de orgulho para que o sistema político não se feche”, assinalou.