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Governo discorda de cortes de 5% no Orçamento Europeu

Governo discorda de cortes de 5% no Orçamento Europeu

O primeiro-ministro considerou ontem em Otava, no Canadá, que a proposta da Comissão Europeia de reduzir 5% no Orçamento Europeu é “um mau ponto de partida”, manifestando, contudo, a esperança de que as negociações que se seguirão possam “mudar o rumo” desta decisão.

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Governo discorda de cortes de 5% no Orçamento Europeu

O primeiro-ministro, António Costa, que se encontra desde ontem numa visita oficial de quatro dias ao Canadá, considerou que a proposta da Comissão Europeia, anunciada na passada quarta-feira, de cortar 5% no orçamento comunitário plurianual, para o período de 2021-2027, designadamente na Política de Coesão e na Política Agrícola Comum (PAC), é um “mau ponto de partida” para as negociações que se vão seguir, exigindo a Bruxelas “bom senso” para que futuramente se possa melhorar a proposta final de orçamento.
António Costa, que falava aos jornalistas em Otava, no Centro Recreativo Português Lusitânia, primeiro ponto desta visita oficial ao Canadá, considerou que, apesar de este processo ter começado mal, há, contudo, a expetativa, como salientou, de que se possa chegar a “um bom ponto final”, manifestando o desejo de que “o longo processo de negociações”, que se vai seguir, possa encontrar os mecanismos necessários para que “haja uma mudança de rumo”.
O primeiro-ministro garantiu, por outro lado, que pela parte do Governo português, que lidera, a postura assumida é “prosseguir de uma forma construtiva”, esperando que o “bom senso” prevaleça para que se possa “melhorar a proposta inicial”.
Para o chefe do Executivo português, a argumentação avançada pela Comissão Europeia para justificar um futuro corte de 5% no orçamento comunitário não colhe, sustentando António Costa que nada prova que se consigam alcançar “proporções idênticas” entre a perda de receitas decorrentes do ‘Brexit’ com estas reduções pretendidas nas despesas.
Um mau começo
Também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, se pronunciou sobre esta proposta de orçamento comunitário após 2020, agora anunciada pela Comissão Europeia, considerando que, apesar de se tratar de “um mau começo” e de uma “má proposta”, há garantias ainda de que as instâncias europeias venham a inverter posições, prometendo, por parte do Governo português, uma “atitude construtiva” para que o processo “acabe bem”.
Augusto Santos Silva, que falava aos jornalistas em Lisboa, sustentou que o Governo português, apesar de ter uma posição muito crítica em relação a esta proposta da Comissão Europeia, não deixará de manter uma “atitude construtiva como sempre teve” em relação à Europa, não deixando, contudo, como adiantou, de manifestar nos locais próprios os seus pontos de vista sobre este tema, que, como lembrou, “começou mal, mas vai certamente acabar bem”.