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Governo desperdiça dinheiro dos portugueses, mas insiste na política de cortes

Governo desperdiça dinheiro dos portugueses, mas insiste na política de cortes

O Partido Socialista exigiu hoje que o Primeiro-ministro e a maioria esclareçam por que razão injetaram mais 510 milhões de euros nas empresas que gerem os ativos tóxicos do BPN, quando este foi vendido por 40 milhões de euros, ao mesmo tempo que insistem nos cortes nos rendimentos, nas pensões e nas reformas.

“Apesar das manobras de diversão do governo e da maioria, os portugueses vivem no presente, num presente dos cortes nos rendimentos, nas pensões e nas reformas, e, neste presente, há perguntas que a maioria e o governo insistem em não esclarecer”, afirmou o Secretário Nacional do PS, António Galamba. O dirigente socialista lembrou que o Primeiro-ministro continua sem esclarecer qual o montante do perdão fiscal realizado em 2013, que permitiu um encaixe de 1277 milhões de euros e que transformou este governo no recordista das receitas extraordinárias. “Em nome dos que pagam os impostos a tempo e horas, em nome da transparência, o governo tem que divulgar o montante do perdão fiscal”.

António Galamba sublinhou que, em 2013, se registou o maior aumento de impostos e cortes brutais nos rendimentos dos portugueses, que 55% dos desempregados não tiveram e não têm qualquer apoio social, que quase 20 mil pessoas perderam o complemento solidário para os idosos, que quase 40 mil portugueses perderam o acesso ao rendimento solidário de inserção e que quase 20 mil crianças e jovens perderam o acesso ao abono de família, cuja atribuição nunca foi tão baixa. “Neste quadro de implosão das prestações sociais, de promoção do Estado mínimo e de corte nos apoios sociais aos que mais precisam, o primeiro ministro injeta mais 510 milhões de euros no BPN e acha que não deve explicações ao país”, disse o Secretário Nacional do PS, questionando a propaganda do governo sobre a “justa” repartição dos sacrifícios.

“Um primeiro ministro e uma maioria que em cada 4 euros de sacrifícios exigidos aos portugueses só aproveitaram 1 euro para efetuar consolidação orçamental. Percebe-se agora, uma das causas desse desperdício dos sacrifícios impostos. Um primeiro ministro e uma maioria que impuseram uma contribuição extraordinária de solidariedade, que tiraram 530 milhões aos pensionistas e meteram 510 milhões de euros no lixo tóxico do BPN. É esta a justa repartição dos sacrifícios da maioria PSD/CDS?”. António Galamba questionou ainda por que razão Governo e maioria nomearam um grupo de trabalho para transformar em definitivos os cortes nas pensões e nas reformas, que foram anunciados como provisórios. “Continuam sem esclarecer quais os cortes que vão ser definitivos, lançando, também nesta matéria, a maior das incertezas na vida das pessoas”.

“Portugal não é uma quinta da maioria. Nenhum primeiro ministro e nenhuma maioria podem arbitrariamente dispor do País e da vida das pessoas, muito menos querer fazer da falta de transparência, da falta de sentido de justiça social e de permanentes manobras de diversão marcas de uma governação alheada da realidade. Nenhum primeiro ministro e nenhuma maioria podem continuar a escudar-se no silêncio, na propaganda inconsequente e na criação de ilusões sobre ‘os amanhãs que cantam’ enquanto, pela calada, insistem nos cortes cegos, na divisão dos portugueses e na criação de um Estado mínimo numa Europa mínima”.