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Governo desistiu de uma geração de portugueses

Governo desistiu de uma geração de portugueses

O líder parlamentar do Partido Socialista acusou o Governo de demonstrar incompetência na preparação do novo ano letivo, não sabendo aproveitar “o que estava a correr bem”.

Numa conferência de imprensa na Assembleia da República, o presidente do grupo parlamentar do PS considerou que o Ministério da Educação “tem mostrado mais competência para fazer cortes cegos na Educação do que para organizar devidamente o ano letivo”, que hoje inicia oficialmente. “O início do ano letivo demonstra, em todo o seu esplendor, a impreparação e incompetência do Governo”, disse Carlos Zorrinho.

“Temos professores sem escolas, mas também temos escolas sem professores. Temos turmas que atingem os 36 alunos, temos manuais escolares para todos os gostos e sem consistência de conteúdos, o que provoca o caos na preparação pedagógica que os professores têm de fazer”, enumerou. “Temos mega agrupamentos mal planeados, que quebraram a relação de proximidade entre as famílias, os alunos e as escolas”, denunciou, acrescentando que existem muitos cursos profissionais cancelados, o que faz com que os alunos não saibam onde poderão continuar a sua aprendizagem.

O líder parlamentar do PS acusou o Executivo de Passos Coelho de ter desistido “de combater o insucesso escolar e o abandono escolar”, ou seja, “desistiu de uma geração de portugueses, o que é um dos erros políticos mais graves que se pode cometer”. “O Governo conseguiu destruir, assim, o bom caminho que estava a ser seguido na Educação”, frisou.

“Tínhamos agrupamentos com dimensão apropriada, tínhamos colocações a tempo e horas de professores, não tínhamos a integração dos alunos com capacidades especiais nas outras turmas”, sendo que estes alunos tinham uma integração na escola com o devido acompanhamento pedagógico, relembra. Carlos Zorrinho sublinhou ainda que há salas de aula com “um professor e alunos de quatro graus de ensino”, um “retrocesso brutal que não se passava há muitos anos”.

Carlos Zorrinho referiu ainda que os manuais escolares estavam consolidados a tempo do início do ano letivo, tinha estabelecido o objetivo de ter jovens entre os 24 e os 34 anos com percentagem de 40% com formação superior e redução da taxa de abandono escolar até 10%, com médias de insucesso escolar compatíveis com a média da OCDE. Deste modo, conclui, “o Governo não teve capacidade de dar continuidade àquilo que estava a correr bem”.