Governo critica “demagogia” da direita e avança atribuição de mais de 300 mil doses da vacina
Eduardo Cabrita adiantou estes dados na Assembleia da República, durante o debate parlamentar que aprovou a renovação do estado de emergência, repudiando o “aproveitamento político” que tem sido protagonizado pelos partidos de direita, quer nas contradições sobre as medidas de combate à pandemia, como nas críticas ao plano de vacinação, num momento de “emergência nacional”.
“Se registo como positivo que uma vez mais a declaração de estado de emergência seja aprovada por mais de 90% dos deputados, numa decisão que mobiliza todos os órgãos de soberania, não posso deixar de lamentar esta forma como a direita está a acompanhar este debate”, apontou o governante, sublinhando que o país “atravessa uma situação particularmente crítica”, o que torna “escandalosa toda a demagogia e aproveitamento populista da tragédia global que se vive”.
O ministro apontou que o processo de vacinação que está a ser conduzido no país “não é secreto” e “traduz um grande envolvimento que tem como prioridade clara os profissionais de saúde, dos quais 71.600 já foram vacinados”, bem como “das pessoas que estão nos lares e seus profissionais”, que foram já vacinados “na ordem dos 165 mil”.
Neste ponto, Eduardo Cabrita dirigiu um veemente repúdio à postura das forças políticas de direita, que têm criticado a atuação do Governo ao nível do plano de vacinação, desafiando os parlamentares de PSD, CDS, Chega e Iniciativa Liberal a darem “uma resposta clara sobre o que defendem quanto ao programa de vacinação”.
“A direita, que aqui no parlamento veio criticar o programa de vacinação, quem é que ia deixar para trás? Eram as pessoas dos lares, os profissionais de saúde?”, questionou. “Um programa que agora vai avançar para os bombeiros, para as pessoas com comorbilidades e com mais de 80 anos”, prosseguiu Eduardo Cabrita.
Depois, dirigindo-se de forma contundente ao presidente do PSD, Rui Rio, o ministro da Administração Interna lembrou que aqueles que hoje criticam as medidas menos restritivas adotadas no Natal, são os mesmos, como foi o caso do líder social-democrata, que não só as defenderam na altura, como ainda “há duas ou três semanas” defendiam uma abertura mais alargada para a restaurações e o comércio.
“Quando se exige sentido de responsabilidade e coesão nacional, somos confrontados com a amnésia”, referiu Eduardo Cabrita, deixando um apelo: “Em situação de emergência nacional, não é tempo para a demagogia”.