Governo cria serviço de apoio para cidadãos LGBT vítimas de violência de género
O Governo e organizações LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, trans e intersexo) assinaram um acordo para a criação de um serviço de apoio especializado para situações de violência de género, que funcionará a partir de dezembro, em Lisboa e no Porto.
“Estas respostas vêm no âmbito do Plano Nacional para a Igualdade e nós entendemos que, além das respostas tradicionais da violência, também há áreas específicas onde sabemos que há discriminação”, explicou a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Catarina Marcelino.
Os serviços de Lisboa (que serão geridos pela ILGA e pela Casa Qui) e do Porto (gerido pela Associação Plano I) vão ser financiados com verbas dos jogos sociais do Estado, cabendo a cada organização 37 mil euros por ano, sendo o valor global superior a 110 mil euros. Este apoio financeiro vai ter como objetivo a constituição de equipas técnicas especializadas para o atendimento.
Catarina Marcelino sublinhou que uma das associações que vão gerir este serviço em Lisboa, dará respostas específicas para jovens. “Jovens que precisam de apoio, ou porque são vítimas de ‘bullying’, ou são vítimas de violência, ou até porque são vítimas de discriminação. Jovens que precisam de apoio psicológico e social”, referiu.
A secretária de Estado aproveitou para sublinhar que, durante o ano passado, a organização Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual e Transgénero, através do seu Observatório da Discriminação, recebeu 158 denúncias de crimes ou incidentes contra pessoas lésbicas, gays, bissexuais, trans e intersexo, 81 das quais apresentadas pelas próprias vítimas. Em 70% dos casos as vítimas tinham entre 18 e 39 anos, e em 18% dos casos tinham menos de 18 anos de idade.