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Governo cria plataforma para identificar casos de sem-abrigo em tempo real

Governo cria plataforma para identificar casos de sem-abrigo em tempo real

A ministra do Trabalho revelou que está a ser desenvolvida uma plataforma para identificar, em tempo real, todos os casos de sem-abrigo pelas instituições que lhes dão apoio e permitir articular as entidades que estão no terreno.

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Governo cria plataforma para identificar casos de sem-abrigo em tempo real

A plataforma, que faz parte da Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas em Situação de Sem-Abrigo (ENIPSSA) e está a ser desenvolvida pelo Instituto de Segurança Social, “era o instrumento que faltava para articular as entidades que trabalham no terreno”, explicou Ana Mendes Godinho durante uma visita à associação de apoio a pessoa em situação de sem-abrigo João 13, em Lisboa, no passado sábado.

De acordo com a governante, esta ferramenta “vai permitir identificar, em tempo real, todos os casos, por todos os intervenientes, para que possam ter informação das situações sinalizadas e haver garantia de acompanhamento e rastreamento permanente, até para garantir maior segurança das pessoas”.

“Este será um dos instrumentos, entre outras medidas, que vai permitir conhecer em tempo real as situações, e será um reporte importante de informação e de articulação entre todas as pessoas no terreno”, sublinhou.

Relativamente à reunião com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre o Plano de Ação 2019-20 da ENIPSSA, a ministra do Trabalho apontou que “esse encontro, articulando todas as associações que fazem parte desta estratégia, serviu precisamente para identificar o que se está a fazer e o que é preciso ainda fazer”.

Já a visita à associação João 13 teve como objetivo “valorizar quem, no dia a dia, presta apoio aos sem-abrigo, muitos deles em voluntariado”, disse.

“Já falei com algumas das pessoas e dizem que se sentem aqui muito bem acolhidas, e quase em casa”, revelou Ana Mendes Godinho, que jantou no refeitório. A associação funciona seis dias por semana a partir das 18:00, junto ao Panteão Nacional, e recebe diariamente entre 50 a 60 pessoas que ali vão para tomar banho e comer uma refeição quente.

A ministra referiu que “este tipo de respostas é importante trabalhar em conjunto, para garantir a missão comum de responder à grande necessidade de criar condições para que estas pessoas saiam na rua”.

“Estamos a tentar identificar os problemas que têm. Sabemos que há questões de alojamento, saúde em geral, mental e oral em particular, adições e reintegração profissional que é preciso resolver”, enumerou a governante, que indicou que, de acordo com números de 2018, há 3.396 pessoas sem teto ou sem casa em Portugal.

E acrescentou que o Executivo está a “tratar os números do inquérito que foi feito este ano para fazer o levantamento anual”, estando previsto que os números atualizados saiam no início de 2020.