Governo cria gabinete de segurança na saúde
Marta Temido explicou que este gabinete será uma estrutura semelhante ao que já existe na área da educação, para a segurança escolar, e que terá uma função de apoio técnico, “para que possamos ter uma abordagem mais sistemática dos problemas da violência contra os profissionais de saúde”.
Oficial de segurança
O gabinete integrará um oficial das forças de segurança, que será responsável, como referiu, por sua vez, o ministro da Administração Interna, por coordenar a avaliação das “áreas de maior risco”, já identificadas, bem como “avaliar as características físicas, numa perspetiva de segurança, de algumas instalações de saúde”. Esta avaliação incidirá, ainda de acordo com Eduardo Cabrita, fundamentalmente em áreas hospitalares, mas também, caso se revele necessário, em centros de saúde, “para que sejam dadas as recomendações adequadas que permitam melhorar as condições de segurança dos profissionais e dos utentes do Serviço Nacional de Saúde”.
Com esta medida, a ministra Marta Temido disse esperar a implementação de “intervenções mais pró-ativas de formação dos profissionais de saúde para lidar com episódios deste tipo” e “um diagnóstico daquilo que sejam as eventuais insuficiências ou falhas” observadas nas instalações, ao nível da proteção de quem nelas trabalha.
Pretende-se ainda, de acordo com a governante, obter “aconselhamento em estratégias preventivas e de instituição de uma cultura de não tolerância face às ações de violência contra os profissionais de saúde, para garantir que estão a trabalhar em segurança”. O objetivo é que os profissionais de saúde não sejam vítimas de “nenhum tipo de agressão, seja física ou verbal”, frisou.
Perto de 1.000 casos reportados em 2019
De acordo com os dados oficiais, até final de setembro de 2019, foram reportados 995 casos de violência contra profissionais de saúde no local de trabalho, através da plataforma criada pela Direção-Geral da Saúde, envolvendo vários grupos profissionais.
Em 2018, foram comunicados 953 casos, sendo as injúrias o principal tipo de notificação, representando cerca de 80% do total.
A reunião entre os dois ministros, em Lisboa, teve como objetivo analisar os episódios recentes de violência e estudar novas medidas para garantir a melhoria da segurança de todos os profissionais que trabalham nas unidades de saúde.