“Governo assumiu empobrecimento como estratégia”

O Partido Socialista acusou o Governo de ter assumido a pobreza como estratégia e reiterou os seus compromissos para promover a justiça social.

No encerramento da interpelação ao Governo sobre o combate à pobreza e a promoção de igualdade de oportunidades, o líder parlamentar socialista reafirmou os compromissos do partido para com a justiça social e a coesão nacional, “perante este quadro tão negro”: repor o Complemento Social para idosos; centrar o combate à pobreza nas crianças e nos jovens; devolver a dignidade aos beneficiários de prestações sociais, do subsídio de desemprego ao Rendimento Social de Inserção; estabelecer uma tributação fiscal mais justa e equilibrada; assegurar os princípios da contributividade e da diferenciação positiva; lutar por maior e crescente igualdade de oportunidades; restaurar a responsabilidade pública fundamental nos sistemas de educação e saúde.

Ferro Rodrigues acusou o Governo de ter interrompido “um caminho de longo prazo que vinha a ser trilhado pela sociedade portuguesa”, um caminho de “redução, gradual mas sustentada, dos níveis de pobreza nos vários grupos sociais e nas várias gerações de pessoas, nos jovens, nos idosos”.

O presidente da bancada do PS lembrou que, “em 1994, a taxa de pobreza era de 23%. Em 2011, conseguimos atingir, segundo o Eurostat, os 17,9%”, ou seja, a pobreza foi reduzida “em 5 pontos percentuais numa década e meia”.

“Com este Governo, a taxa aumentou pela primeira vez em vários anos”, alertou.
Eduardo Ferro Rodrigues acusou o Executivo de ter assumido “o empobrecimento como estratégia, o empobrecimento como inevitável e justo”.

Lembrou, ainda, que o Governo recusou as propostas do PS “que permitiam mais apoio aos desempregados de longa duração e às crianças mais pobres”.