Governo assegura serenidade nos blocos operatórios
Em Coimbra, em declarações aos jornalistas no final de uma visita ao Centro Hospitalar e Universitário (CHUC), onde assinalou o Dia Mundial do Doente, que terminou com a apresentação do projeto H2- Humanizar o Hospital, a ministra Marta Temido lembrou que, desde o início da greve dos enfermeiros, o Ministério da Saúde e os conselhos de administração dos hospitais integrados no Serviço Nacional de Saúde (SNS) vinham a alertar os enfermeiros para a obrigação do cumprimento dos serviços mínimos nas cirurgias, o que infelizmente, como referiu a governante, não estava a ser observado na totalidade das unidades hospitalares públicas.
Perante este cenário, justificou Marta Temido, o Governo viu-se na incumbência de avançar para a medida de requisição civil, mas “apenas proporcionalmente”, como fez questão de salientar, tendo em conta “as necessidades identificadas nos diferentes hospitais públicos”, sublinhando que a fixação dos serviços mínimos em cada uma das unidades hospitalares “é uma decisão médica que cabe a cada uma das equipas dos blocos operatórios”, incluindo as “direções de enfermagem”.
Depois de salientar que em sua opinião “não há qualquer contenda” de ordem técnica entre o Ministério que dirige e os enfermeiros em greve, Marta Temido justificou a visita que hoje efetuou ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra com a necessidade de sensibilizar não só os profissionais, mas também o público em geral para a tarefa de “humanizar a relação com os doentes”.
Também o diretor da Unidade Intermédia de Gestão de Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica do Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra e professor da Faculdade de Medicina, João Pedroso Lima, manifestou grande satisfação pela apresentação do projeto H2 – Humanizar o Hospital, referindo tratar-se de um forte contributo para que haja uma efetiva cultura de silêncio dentro das unidades hospitalares em Portugal, por respeito sobretudo aos doentes, sustentando ser esta também uma maneira de “defender e de lutar pelo SNS”, frisando que a “tecnologia não consegue fazer o que fazem os seres humanos”.