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Governo aprova novas medidas restritivas de circulação

Governo aprova novas medidas restritivas de circulação

O primeiro-ministro anunciou ontem, no final do Conselho de Ministros extraordinário, novas medidas adicionais mais restritivas em relação à movimentação de pessoas, alertando que os portugueses “estão a viver o momento mais grave da pandemia”.

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Governo aprova novas medidas restritivas de circulação

De acordo com António Costa, não é aceitável que perante um cenário de agravamento, quer do número de infetados, quer de doentes internados nas diversas unidades de saúde do país, quer de mortos, se tenha registado entre sexta-feira e domingo uma redução da movimentação de pessoas apenas na ordem dos 30% em relação ao mesmo período da semana passada, uma diminuição que o Governo considera manifestamente insuficiente, anunciando o primeiro-ministro um novo quadro “mais restritivo” das medidas que foram aprovadas na passada semana.

Neste sentido, o Governo decidiu avançar com um novo conjunto de medidas ainda mais restritivas à circulação de pessoas, designadamente com a proibição de venda ou entrega ao postigo nos estabelecimentos, o encerramento de todos os espaços de restauração em centros comerciais, a proibição de campanhas de saldos e promoções, novas restrições em espaços públicos e de lazer, como jardins, “nos quais se pode circular, mas não permanecer”, o encerramento de universidades seniores, centros de dia e de convívio, a proibição de circulação entre concelhos ao fim de semana e o encerramento de todos os estabelecimentos às 20h00 nos dias úteis e às 13h00 aos fins de semana, com a exceção do retalho alimentar que poderá prolongar-se até às cinco da tarde.

Medidas que, tal como o primeiro-ministro anunciou, vão ser acompanhadas do reforço da fiscalização da Autoridade das Condições de Trabalho e das forças de segurança, a quem foi determinado que passassem a ter “maior visibilidade na via pública”, designadamente “nas imediações dos estabelecimentos escolares” como forma de ajudarem a “dissuadir ajuntamentos que são uma ameaça à saúde pública”, reafirmando António Costa que este é um momento em que não está apenas em causa a “pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde”, ou o “esforço extraordinário” que estão a fazer médicos, enfermeiros, técnicos auxiliares e assistentes operacionais, mas “a saúde e a vida de cada um de nós e das pessoas que nos rodeiam”.

Para se ter uma ideia da gravidade do problema, o primeiro-ministro voltou a recordar a estatística trágica desta pandemia, que registou só no dia de ontem mais 167 mortes, sustentando António Costa que “não há nenhuma razão objetiva para termos hoje menos receio da Covid-19 do que o medo que todos sentimos quando a doença chegou em março passado”.

Voltando a salientar a importância de se “reforçar o caráter essencial da responsabilidade individual no combate à doença”, justificando que por mais confiança que se tenha na “excelência dos profissionais de saúde” e no “esforço que está a ser feito para multiplicar além do limite do previsível a capacidade de resposta do SNS”, António Costa vincou que, se “em última instância” não houver um comportamento individual acertado, esta pandemia levará muito mais tempo a ser controlada com todas as consequências daí decorrentes.

O primeiro-ministro lembrou ainda que este “não é momento para a luta político-partidária”, mas uma altura em que se “exige unidade nacional” para fazer frente à pandemia, garantindo António Costa que não se vai distrair do que é “o meu dever e daquilo que é essencial”.