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Governo apresenta estratégia de combate ao desperdício alimentar

Governo apresenta estratégia de combate ao desperdício alimentar

Segundo dados recentes, cerca de um milhão de toneladas de alimentos em perfeito estado de conservação são anualmente desperdiçados em toda a cadeia do processo, desde a exploração agrícola até ao consumidor final.

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Governo apresenta estratégia de combate ao desperdício alimentar

Para enfrentar e tanto quanto possível inverter este estado de coisas, o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, apresentou ontem em Lisboa a Estratégia Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar, um plano de ação onde se destaca a criação de uma plataforma eletrónica e a simplificação do regime de doação de alimentos entre outras medidas.

Segundo o ministro Capoulas Santos, o maior desperdício com os alimentos acontece sobretudo, como referiu, quer na origem, ou seja, no prado, quer no consumidor final, ou seja, no prato, realçando que a estratégia do Governo para encaminhar Portugal para uma situação de “desperdício zero” envolve dez áreas, tem nove objetivos operacionais e catorze medidas.

Medidas que visam, como salientou Capoulas Santos, aumentar os níveis de educação e de preparação, quer dos produtores de alimentos, quer dos próprios consumidores, dando-lhes não só mais informação, mas também uma formação mais adequada.

Desde logo, referiu, com a criação de novos ‘sites’ e de outras plataformas que de algum modo ajudem a “criar mecanismos que facilitem a doação e ponham em contacto aqueles que têm o excesso de produção com aqueles que dela necessitam”, proporcionando uma maior articulação com a sociedade civil, designadamente com os bancos alimentares.

Medidas

No concreto, como explicou o titular da pasta da Agricultura, as medidas aprovadas pelo Governo incluem a criação de uma “plataforma eletrónica colaborativa”, destinada a “identificar a disponibilidade de géneros alimentícios e quem deles necessita”, o que irá facilitar a doação, como defendeu Capoulas Santos, uma medida que o Governo quer que entre já em funcionamento a partir de 2018, enquanto a promoção de locais específicos para venda de produtos alimentares próximos da data limite de validade deverá ser adotada só em 2019.

O governante referiu-se ainda a outras duas medidas, sendo que uma pretende criar um “selo distintivo” para as organizações que adiram a um código de conduta, enquanto uma segunda medida visa instituir um prémio de excelência anual, que servirá para “incentivar os operadores da cadeia agroalimentar” a desenvolverem iniciativas pioneiras e criativas “no combate ao desperdício”.

A sensibilização dos consumidores para os prazos de validade dos géneros alimentícios ou o modo de os conservar é outra das tarefas fundamentais desta estratégia, propondo-se o Governo, como garantiu o ministro da Agricultura, criar projetos-piloto nas escolas para que este processo de educação e de informação comece o mais cedo possível.