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Governo aplica politicas falhadas e tem estratégia única de empobrecimento

Governo aplica politicas falhadas e tem estratégia única de empobrecimento

ajs_jantar.jpgAntónio José Seguro jantou ontem com militantes de Lisboa, no tradicional Jantar de Reis da secção de Alvalade, onde fez um discurso em que separou as águas entre as políticas defendidas pelo PS e as que estão a serseguidas pelo Executivo de coligação PSD/CDS.

Entre as diferenças que apontou nos campos económico e financeiro, o secretário-geral do PS advogou que o Governo estáaplicar em Portugal as mesmas receitas de “políticas falhadas da Grécia” e de ter apenas uma estratégia de “empobrecimento do país”, contrapondo neste ponto que o seu partido tem defendido uma linha de crescimento e de estímulos à criação de emprego.“Não digo que se hoje fosse primeiro-ministro não tomaria medidas de austeridade, porque também as teria tomado. Mas o problema está na dose e no ritmo – e este Governo exagera nas políticas de austeridade”, considerou Seguro.

Na sua intervenção, António José Seguro acusou ainda o Governo de “não ter qualquer pensamento estratégico” a nível europeu e que “nem sequer tem um verdadeiro ministro da Economia”, contrapondo que “neste momento difícil, trata-se de confiar mais na capacidade dos portugueses e mobilizar as competências e trabalho dos portugueses. Mas, para isso, é preciso haver lideranças que acreditem, que mostrem o caminho”.

Neste contexto, o secretário-geral do PS afirmou que o caso da deslocação da sede social do grupo Jerónimo Martins para a Holanda deu razão ao PS, quando defendeu alterações no domínio fiscal para contrariar estas práticas.Em sede de Orçamento, o PS apresentou na Assembleia da República uma proposta para que houvesse taxação dos dividendos e dos impostos a pagar pelas SPGS sediadas em outras praças, como, por exemplo, na Holanda”, sustentou ainda o líder dos socialistas, e “Tínhamos também razão quando defendemos que na União Europeia deve haver harmonização fiscal. Não tem qualquer sentido quehaja União Económica e Monetária e, depois, as empresas na Irlanda paguem cerca de dez por cento de IRC, contra 25 por cento de Portugal, e na Holanda tenham a possibilidade de pagar muito menos pelos seus impostos”, criticou o secretário-geral do PS.

António José Seguro, no final do discurso, recuperou um ‘slogan’ de um seu antecessor no cargo, António Guterres, defendendo que os socialistas só podem regressar ao poder após conquistarem “o coração e a razão” dos portugueses.

“Nós temos uma vontade enorme de voltar a governar Portugal, mas não temos pressa, porque nós não queremos voltar para o poder pelo poder. Nós queremos um dia merecer regressar ao governo de Portugal por conquistarmos a razão e o coração dos portugueses. É isso que nós queremos e é isso que nósestamos a trabalhar”, disse.

“Prometi uma nova forma de fazer política. Muita gente em Portugal confunde oposição com estar sempre contra, mas eu não confundo oposição construtiva com estar sempre contra, porque o PS não pode ser o partido do bota-abaixo, não pode ser o partido do protesto”, declarou, recebendo palmas.

“Este não é o nosso governo e recusamos quando dizem que não há alternativa. Há uma alternativa e há outro caminho que a cada dia que passa se torna mais visível”, acrescentou.