Todas as previsões climáticas e meteorológicas apontam para que 2023 e 2024 sejam dois anos “ainda mais exigentes”, em que deverão ocorrer incêndios florestais “cada vez mais extremos”. A notícia foi dada pelo ministro José Luís Carneiro, quando ontem falava aos jornalistas em Arganil, no distrito de Coimbra.
Um quadro que levou o ministro a defender que seria contraproducente que o Governo só iniciasse o processo de investimento público para o próximo ano, orçado em 250 milhões de euros, nos meses de abril, maio ou junho, garantindo tratar-se de um investimento que se “enquadra no esforço nacional” já assumido pelo executivo socialista.
Dinheiros públicos que confirmam, na opinião do responsável governamental, que a prioridade continua a passar quer pelo apoio aos corpos de bombeiros, quer pela prevenção e pelo combate aos incêndios rurais, garantindo que o Governo, em 2023, vai “reforçar os meios da proteção civil”, passando, designadamente, no que respeita ao apoio aos bombeiros, dos atuais “29,7 milhões de euros de financiamento permanente para 31,7 milhões de euros”, um aumento 6,7% em relação a 2022.
Em Arganil, onde foi recebido pelo presidente da autarquia, José Luís Carneiro teve ainda ocasião para anunciar que vão ser adquiridos, no âmbito do PRR, “mais 81 veículos de combate a incêndios rurais, outros 59 veículos florestais de combate a incêndios e mais 22 veículos tanques táticos florestais”, estando também previsto, como adiantou, que através do Plano de Recuperação e Resiliência haja um investimento de seis milhões de euros para “aquisição de equipamento de proteção individual”, sendo que a Escola Nacional de Bombeiros contará com o apoio de um milhão de euros para “formar 3.300 agentes de proteção civil”.
O ministro anunciou, por outro lado, que será transferido para o Fundo Social do Bombeiro o correspondente a 3% do valor do financiamento permanente das associações humanitárias de bombeiros, sendo que a Liga dos Bombeiros Portugueses irá, por sua vez, receber um financiamento púbico “superior a meio milhão de euros”, lembrando também que a Escola Nacional de Bombeiros será recompensada com “três milhões de euros”.
Nesta distribuição de dinheiros públicos estão ainda contemplados 70 milhões de euros destinados à “operação dos meios aéreos da Força Aérea Portuguesa e outros 78,6 milhões de euros à GNR ao abrigo do Plano Nacional de Gestão de Fogos Rurais”.
Olhos postos no verão
O ministro da Administração Interna deslocou-se, ainda, ao município vizinho de Tábua, onde teve ocasião de elogiar o futuro Centro Municipal de Proteção Civil, reiterando, a propósito, “que é no outono e no inverno que se deve reparar os desafios cada vez mais complexos do verão”.
Para o governante, o “imperativo” passa por dar prioridade “às tarefas que têm de se executar e de se planificar”, quer em matéria de prevenção, quer no combate aos incêndios rurais, tendo sempre em vista, como também alertou, “o trabalho que cabe a cada um nos diferentes níveis territoriais e de responsabilidade”, dando ainda nota do dever, “que todos temos”, em manter um olhar atento em relação à floresta e ao ordenamento do território, assim como “aos instrumentos legais” dos “planos de âmbito municipal”.