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Governo afronta os trabalhadores portugueses e acentua as desigualdades

Governo afronta os trabalhadores portugueses e acentua as desigualdades

António José Seguro fez hoje o encerramento da iniciativa “Um desafio europeu: o direito ao trabalho”, no âmbito da convenção “Um novo rumo para Portugal”. 

Numa sala completamente cheia de sindicalistas e representantes dos trabalhadores portugueses, o líder socialista afirmou que “Portugal precisa dos sindicalistas. O Portugal que concebemos e que queremos é indissociável das pessoas, e queremos os trabalhadores para discutirem em concertação os avanços de Portugal”.

Na sua intervenção, o Secretário-geral do PS  recordou a política de “afronta permanente do primeiro-ministro aos trabalhadores portugueses” e lembrou o aumento desnecessário feito na contribuição para a ADSE e o veto que o Presidente da República fez a essa medida, numa demonstração do erro do Governo. António José Seguro disse ainda que, depois de negociar com a troika, este Executivo se prepara “para reduzir a indemnização nos casos de despedimento sem justa causa”, mais uma afronta aos trabalhadores, a que o PS se irá opor. “O PS não é (um partido) de protesto. Defende os trabalhadores e apresenta propostas. Não prometemos tudo. O que mais mina a relação dos cidadãos com a política é a promessa não cumprida”.

Mas, “há coisas que podem ser feitas, como o aumento do salário mínimo nacional. Há muito que defendemos esse aumento. São mais uns euros no bolso de um trabalhador que ganha menos de 500 euros, e os patrões e sindicatos estão de acordo. Só o Governo não avança com a medida. Agora que o Governo está sempre com a ladainha do consenso, porque não se disponibiliza para integrar este consenso? Porque não aumenta o salário mínimo nacional?”, questiona. Este aumento geraria crescimento e riqueza que ajudariam a financiar as funções sociais do Estado e esbateria as desigualdades com as quais o PS não se resigna, lutando para que mesmo os portugueses com menos meios  “tenham acesso aos serviços básicos: educação e saúde de qualidade”. Seguro falou ainda do problema do desemprego, emigração e das centenas de milhares de portugueses inativos e dos desempregados sem apoio social, defendendo que se destinem “fundos comunitários à requalificação de trabalhadores para serem úteis ao crescimento da economia” e diz que o PS quer responder com soluções aos problemas concretos das pessoas.

Para o líder socialista, os portugueses podem expressar a sua vontade de mudança através do “voto nas eleições para o Parlamento Europeu. Cada português tem possibilidade de participar na mudança de políticas e de futuro. Não venham dizer que não se decide na Europa, pois todos sabemos como se decide. Infelizmente, temos um Governo que em vez de defender Portugal na Europa, defende os interesses da troika em Portugal. Temos a oportunidade de expressar a nossa revolta e de derrotar este Governo e esta política. Quem considera que o país está melhor, tem de votar nos representantes do Governo. Quem como nós considera que infelizmente o país está pior e pode melhorar, tem de concentrar os votos no PS”. Seguro conclui que é preciso “devolver a confiança a Portugal e aos portugueses”.