Ganhar em abril a liberdade futura é o propósito que tem de nos mobilizar
Ana Catarina Mendes destacou a “maturidade” das instituições democráticas e dos partidos que, “sem prescindirem de representar a diversidade, têm sabido cooperar em vista dos interesses maiores dos portugueses”. A líder parlamentar do PS intervinha durante o debate sobre o pedido de autorização de renovação do estado de emergência, até ao próximo dia 2 de maio, que o Partido Socialista votará favoravelmente por ter consciência da “ponderação responsável com que o Governo tem usado os instrumentos colocados à sua disposição com o propósito de combater a pandemia sem perder a democracia”.
Em abril temos de continuar, “de forma coesa, a fazer tudo o que é necessário para vencermos o desafio da saúde pública e, ao mesmo tempo, preparar o futuro pós-emergência”, defendeu a dirigente socialista, afastando as “nefastas fórmulas da austeridade que, infelizmente, conhecemos”.
Ana Catarina Mendes lembrou que o primeiro-ministro, António Costa, foi muito claro a este respeito: “Não é com austeridade que se responde a uma crise desta natureza, é com apoio às empresas e ao emprego”.
E o Partido Socialista tudo fará “para manter os empregos que, por sua vez, manterão as empresas a trabalhar e que, por sua vez, ajudarão a recuperar a economia portuguesa”, asseverou.
Portugal com resposta eficaz e SNS forte
A presidente da bancada parlamentar do PS evidenciou ainda a “importância de um Serviço Nacional de Saúde forte e estruturado” como o que Portugal tem, principalmente nos dias de hoje em que enfrentamos uma pandemia, “um dos melhores do mundo e que tem as portas abertas para todas as pessoas”.
Ana Catarina Mendes sublinhou que a estratégia adotada no país tem-se revelado “eficaz”, também porque “continuámos a confiar nos especialistas epidemiológicos e nos profissionais de saúde pública”.
Ora, tal não acontece em todos os países. “A abordagem responsável e os políticos que fazem política baseada na evidência científica que temos em Portugal” contrasta significativamente com a “irresponsabilidade, aventureirismo e apelo à ignorância a que assistimos noutros países”, disse.
“É triste ver o país que é, provavelmente, cientificamente dos mais avançados do mundo a caminhar na direção errada e, pela mão do seu Presidente, a debilitar as capacidades mundiais de resposta à crise de saúde”, criticou, referindo-se aos Estados Unidos da América.
“Queremos acreditar que a presidente da Comissão Europeia tem razão quando diz que ‘a Europa é agora o coração pulsante da solidariedade mundial’, mas faltam ainda decisões que esperamos que o Conselho Europeu tenha a lucidez de tomar a bem da Europa, para que o aviso da sua presidente aos populistas seja mais do que palavras”, alertou a socialista.
A líder parlamentar do PS aproveitou a sua intervenção para lamentar as perdas do escritor chileno Luís Sepúlveda e da “grande cientista portuguesa” Maria de Sousa, vítimas de Covid-19.