Reagindo aos números divulgados na passada semana, dando conta de condicionantes que limitam significativamente a compra de casa na Região por madeirenses e porto-santenses, quer por causa dos elevados preços praticados no mercado imobiliário regional, quer por uma taxa de esforço das mais altas do país, Sérgio Gonçalves recordou as “cinco mil famílias carenciadas que não conseguem ter acesso a uma casa condigna”.
“Temos assistido também ao aumento contínuo das taxas de juro, que tanto afeta todos aqueles que contraíram créditos à habitação”, constatou, manifestando preocupação face aos resultados do estudo realizado por uma consultora internacional no qual se evidencia as dificuldades que as famílias madeirenses, e muito particularmente os jovens, enfrentam na aquisição de casa, numa altura em que veem o seu poder de compra enfraquecido.
“Um estudo revelou que para comprar casa na Madeira é necessário ter um salário na ordem dos 3.500 euros e também que a Região é a segunda do país onde os preços das casas por metro quadrado é mais elevado”, referiu o líder do PS/Madeira, apontando que “o grave problema do acesso à habitação não é novo na Região”.
Renovou, por isso, as críticas ao executivo de Miguel Albuquerque que, disse, “tem meios financeiros ao seu dispor, mas ao longo dos últimos anos não tem construído quaisquer habitações, quaisquer fogos”.
“Só este ano são mais de mil milhões euros de receita fiscal cobrada com impostos dos madeirenses e temos, relativamente ao IVA, cerca de 80 milhões de receita extraordinária do ano passado aos quais se juntam, este ano, em abril, cerca de 25 milhões de euros também cobrados relativamente a esse imposto”, pontualizou o líder do PS/Madeira, salientando que os 136 de euros do Plano de Recuperação e Resiliência, entretanto alocados à construção de habitação, só irão resolver 30 por cento das carências do setor.
“Entendemos que é preciso investir mais”, enfatizou Sérgio Gonçalves, reafirmando a intenção de celebrar contratos-programa com todas as autarquias da RAM, “independentemente da sua cor política”, por forma a “responder às necessidades da população nos vários concelhos e pôr termo a estas graves carências de habitação”.