Futuro da Europa assenta em fortalecer a coesão económica e social
Falando num encontro promovido pelo CES, que esta manhã teve lugar no Centro Cultural de Belém, sobre o “Orçamento e o Futuro da União Europeia”, António Costa, que tinha a seu lado, entre outras individualidades, o comissário europeu para o Orçamento e Recursos Humanos, Guntther Oettinger, depois de garantir que Portugal está disponível para ajudar a “aumentar o orçamento comunitário”, defendeu que a União Europeia tem de saber encontrar “recursos próprios”, que sejam capazes de potenciar novas respostas às “necessidades dos europeus”.
Para o primeiro-ministro, é fundamental que a União Europeia altere o seu atual statu quo orçamental, passando a dispor não só de mais recursos próprios do que dispõe atualmente, como a fazer tudo isto “com mais convicção”, garantindo que uma das contribuições que está ao alcance do Governo português é apresentar, em breve, uma primeira versão da “Estratégia Portugal pós 2020”, para que o país “seja mais competitivo externamente e mais coeso internamente”.
A anunciada saída do Reino Unido da União Europeia mereceu igualmente uma alusão ao primeiro-ministro, António Costa, quando a este propósito referiu que ela pode abrir “uma nova oportunidade” para que os Estados-membros aumentem as suas contribuições, sustentando a este respeito que a Europa deve abraçar as novas ideias que entretanto “têm surgido”, como a “taxação dos novos mercados digitais”, dizendo estar de acordo com o comissário europeu quando este defende uma “taxação alinhada com as prioridades da política ambiental”, admitindo ainda estender a medida às “transações financeiras internacionais”.
Preparar o próximo ciclo
Outro dos pontos abordados pelo primeiro-ministro tem a ver com a conclusão das negociações sobre o orçamento comunitário pós-2020 que para António Costa “podem e devem” ser concluídas antes das próximas eleições para o Parlamento Europeu, que terão lugar em 2019, reconhecendo, contudo, o chefe do Governo, que este não sendo um “objetivo difícil” de alcançar, sê-lo-á, todavia, mais fácil de conseguir do que “depois da realização das eleições”.
O primeiro-ministro defendeu ainda nesta cimeira promovida pelo CES que a Europa tem de continuar a compatibilizar as políticas que constituem uma “marca identitária” da União Europeia, dando os exemplos da política agrícola comum e da política de coesão social, marcos importantes que para António Costa têm de ser reforçados e adaptados a poderem enfrentar os “novos desafios e exigências” que hoje são colocados pelos cidadãos.
Ainda em matéria dos novos desafios, António Costa lembrou as alterações climáticas, a globalização, os desafios da automação e a “instabilidade que rodeia a Europa”, designadamente, como acentuou, “a ameaça terrorista”, entre outros problemas que em sua opinião constituem “novas áreas prioritárias” para as quais a Europa tem de saber encontrar as respostas adequadas, lembrando o primeiro-ministro que hoje “não tem de haver fronteiras estanques entre políticas tradicionais e os novos desafios”.